Ao apresentar o estudo durante o Congresso Internacional da Sociedade Europeia Respiratória, em Milão, na Itália, Magnus Lundback disse: “O número de utilizadores de cigarros eletrónicos tem crescido drasticamente nos últimos anos. O aparelho é considerado inofensivo para o público em geral e a indústria vende o produto como o caminho para reduzir os perigos do cigarro e a solução para os fumadores. Entretanto, a segurança dos cigarros eletrónicos é debatida e um número crescente de evidências sugere efeitos adversos à saúde”.
O estudo apresentado revelou que há um significante aumento na frequência cardíaca e na pressão sanguínea nos voluntários que foram expostos a cigarros eletrónicos que continham nicotina.
Efeitos do cigarro eletrónico podem ser os mesmos do cigarro normal
Lundback, que é autor da pesquisa, e outros cientistas recrutaram 15 voluntários jovens e saudáveis para fazerem parte do estudo, em 2016.
Os participantes fumavam socialmente (máximo de dez cigarros por mês) e não haviam usado cigarros eletrónicos antes da experiência. Os individuos usaram o aparelho com nicotina por 30 minutos num dia e sem nicotina noutro.
Os investigadores mediram a pressão sanguínea, frequência cardíaca e endurecimento arterial imediatamente após os voluntários fumarem e depois de duas e quatro horas. Nos primeiros 30 minutos após usarem o cigarro eletrónico com nicotina, registou-se um aumento significativo na pressão sanguínea, frequência cardíaca e no endurecimento arterial; nenhum efeito foi relatado ao usarem cigarros sem nicotina, no entanto.
“Esses sintomas são justamente atribuídos a essa substância”, disse Lundback. “E mesmo temporários, os efeitos são os mesmos dos encontrados em pessoas que fumam cigarros normais. A exposição crónica passiva ou ativa ao cigarro causa o endurecimento permanente nas artérias. E especulamos que o mesmo ocorra em quem opta por fumar cigarros eletrónicos”.