Cigarros eletrónicos podem causar queimaduras e outras doenças de pele

Uma pesquisa publicada no científico Jornal da Academia Norte-Americana de Dermatologia observou que há uma relação entre o uso dos dispositivos eletrónicos e o aparecimento de condições como estomatite, dermatite de contato e lesões térmicas.

Notícia

© iStock

Liliana Lopes Monteiro
11/08/2019 08:08 ‧ 11/08/2019 por Liliana Lopes Monteiro

Lifestyle

Cigarros Eletrónicos

Na tentativa de abandonar o vício do cigarro ou então diminuir os danos que o tabaco causa ao organismo, muitas pessoas têm optado por fumar cigarros eletrónicos, dispositivos criados justamente para funcionarem como uma alternativa ao cigarro convencional. Isso por que os chamados dispositivos eletrónicos possuem benefícios sobre o cigarro convencional, já que não geram fumo, apenas vapor, e não contam com compostos químicos como alcatrão e monóxido de carbono, os principais causadores de doenças pulmonares. Porém, isso não quer dizer que esses aparelhos não provoquem malefícios ao organismo.

“Além de também conterem nicotina, droga de alto poder viciante, um estudo recente publicado no Jornal da Academia Norte-Americana de Dermatologia concluiu que os cigarros eletrónicos podem causar manifestações dermatológicas prejudiciais, incluindo estomatite, queimaduras, comichão e vermelhidão nos lábios e mãos”, explica a dermatologista e tricologista Kédima Nassif, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Os resultados do estudo, que teve como objetivo ampliar o conhecimento e consciencializar a população sobre os danos causados pelo uso dos cigarros eletrónicos, foram alcançados através da análise de pesquisas anteriores, que deram assim origem a uma meta-análise, e que apresentavam os efeitos do uso desses dispositivos na pele ou mucosas. Após a avaliação dos dados obtidos, os cientistas observaram que dermatite de contacto, queimaduras térmicas e lesões da mucosa oral, como estomatite, são condições constantemente associadas ao uso dos cigarros eletrónicos.

“Num dos casos relatados, por exemplo, observou-se que a paciente usuária daqueles aparelhos eletrónicos desenvolveu uma erupção eritematosa e comichão na mão, além de eritema e inchaço dos lábios, devido ao níquel que é libertado pela bobina responsável por aquecer o dispositivo”, destaca a dermatologista. “Lesões térmicas, como queimaduras, também foram relatadas pelos outros utilizadores, sendo sobretudo provocadas pela falta de regulação térmica interna dos aparelhos.

Adicionalmente, notou-se ainda um grande número de casos de estomatite por nicotina, condição que causa inchaço e feridas no interior da boca.” Dessa forma, os autores do estudo concluíram que o cigarro eletrónico não é uma alternativa totalmente segura ao cigarro convencional.

Porém, Kédima Nassif ressalta que não existem pesquisas suficientes para que se possa afirmar de forma definitiva se o uso do cigarro eletrónico é seguro ou não. “Atualmente, o assunto está a gerar uma grande controvérsia entre os especialistas. Por isso, ainda são necessários mais estudos para avaliar os danos desses dispositivos tanto na pele quanto em outras áreas do corpo. O recomendado então é evitar o uso desses produtos até que se torne mais claro quais são os efeitos dos dispositivos eletrónicos para fumar no organismo”, finaliza.

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas