Uma das primeiras aplicações experimentais das UC-MSC surgiu no contexto de doença do enxerto contra o hospedeiro, após transplante hematopoiético. Outras doenças nas quais a administração de UC-MSC tem alcançado resultados favoráveis, com melhoria dos sintomas, são a esclerose múltipla, lúpus eritematoso sistémico, lesões na espinal medula, artrite reumatoide, colite ulcerosa e paralisia cerebral. Além destas melhorias, estas células têm sido associadas, por exemplo, ao aumento da sobrevivência em doentes com cirrose hepática e à diminuição da necessidade de insulina em doentes com diabetes tipo 1.
Bruna Moreira, Investigadora do Departamento de I&D da Crioestaminal, menciona que “estando já demonstrada a segurança do tratamento com UC-MSC, torna-se imperativo continuar a investigação nesta área, de forma a confirmar a sua eficácia, o que permitirá que, no futuro, estas células possam vir a ser úteis no tratamento de várias doenças graves, atualmente sem opções de tratamento eficazes”.
As duas principais fontes de MSC são o tecido do cordão umbilical e a medula óssea, podendo também ser obtidas a partir de sangue do cordão umbilical e de tecido adiposo. Estas células possuem propriedades com notável potencial terapêutico, designadamente capacidade de proliferação in vitro, podendo ser multiplicadas em laboratório para posterior utilização clínica, capacidade de se diferenciarem em vários tipos de células, a produção de fatores de crescimento e outras moléculas, com função de apoio ao crescimento e diferenciação de outras células, capacidade de migrar para locais de lesão/doença e, ainda, de regulação do sistema imunitário, controlando as reações imunológicas exacerbadas, por exemplo, das doenças autoimunes e da doença do enxerto contra o hospedeiro. Dados da European Society for Blood and Marrow Transplantation indicam que, no ano de 2017, foram realizados, na Europa, 418 tratamentos com MSC para o tratamento desta doença.