Em Portugal surgem, anualmente, cerca de 700 novos casos de melanoma maligno.
No início do século XX o melanoma era considerado raro; contudo, a sua incidência tem aumentado em 4-8%/ano). Dados de Portugal fornecidos pelo Registo Oncológico Regional (ROR) colocam a incidência de melanoma em 6-8 casos/100 mil habitantes, sendo esta incidência semelhante à verificada nos países do sul da Europa (nomeadamente Espanha e Itália).
O que é o cancro da pele?
Segundo informações disponibilizadas no site da rede de hospitais CUF, quando as células normais da pele envelhecem ou são danificadas, morrem naturalmente. Já quando as células perdem este mecanismo de controlo e sofrem alterações no seu genoma (ADN), tornam-se células de cancro, que não morrem quando envelhecem ou se danificam, e produzem novas células que não são necessárias de forma descontrolada, resultando na formação de um cancro.
Ao contrário das células normais, as células de melanoma não respeitam as fronteiras do órgão, invadindo os tecidos circundantes e podendo disseminar a outras partes do organismo. A este processo dá-se o nome de metastização.
O melanoma é composto por melanocitos malignos, e são tumores frequentemente castanhos ou pretos porque as células ainda produzem melanina. O Melanoma é o tipo de cancro de pele mais perigoso, por apresentar maior capacidade de metastização, espalhando-se com facilidade pelas veias sanguíneas e linfáticas presentes na derme a outras partes do corpo.
Sintomas
De acordo com a CUF, deverá estar atento e consultar o seu médico se a sua pele apresentar algum sinal com as seguintes alterações (utilizando a regra ABCDE):
A – Assimetria – metade do sinal não coincide com a outra metade
B – Bordo irregular – as extremidades do sinal são irregulares, sem padrão
C – Cor – a cor do sinal não é uniforme. Pode haver diferentes tonalidades de castanho ou preto, e por vezes avermelhados, azulados ou brancos.
D – Diâmetro – o sinal é maior do que 5mm – o equivalente à ponta de borracha de um lápis. Contudo, existem melanomas inferiores a 5mm.
E – Evolução.
O melanoma pode apresentar-se com diferentes formas, podendo apresentar vários ou apenas uma das características da metodologia ABCDE.
Na situação de melanoma avançado, os sintomas podem incluir comichão, descamação, sangramento, vermelhidão, inchaço e alteração de sensibilidade.
Fatores de risco
Ainda não foi possível encontrar as causas para o melanoma, mas alguns factores de risco são conhecidos. Os principais factores de risco são os seguintes:
Radiação ultravioleta
O melanoma ocorre com frequência nas zonas do corpo com maior exposição à radiação ultravioleta (UV), sendo a sua maior fonte a luz solar. Os equipamentos de solário também expõem a pele à radiação UV. Demasiada exposição danifica a pele e aumenta o risco de cancro de pele. O excesso de exposição depende da intensidade da radiação UV, tempo de exposição e nível de protecção da pele. Queimaduras severas com formação de bolhas, especialmente na infância, aumentam o risco de melanoma.
Muitos sinais, ou sinais atípicos
Os sinais são áreas densas de melanina, e normalmente são rosados ou acastanhados, redondos ou ovais e podem ter ou não relevo. Os bebés normalmente não têm sinais, aparecendo os primeiros durante a infância e continuando a sua progressão até sensivelmente aos 40 nos.
O tamanho normal de um sinal ronda os 5mm. A maioria dos sinais não se tornam malignos. Contudo, ter muitos sinais ou de grande dimensão, ou ainda nevos displásicos (“Sinais atípicos”), coloca-o em maior risco de desenvolver melanoma. Os sinais atípicos são hereditários e não têm um aspecto regular.
Pele clara
Ter a pele clara aumenta o risco de desenvolver melanoma. É o caso das pessoas com cabelo ruivo, louro, olhos azuis ou verdes, e ainda pele que desenvolve sardas ou queima facilmente. A pele clara está menos protegida contra a radiação UV, porque tem menos melanina. Contudo, as pessoas com pele morena também podem desenvolver melanoma.
Hereditariedade
O melanoma tem uma forte componente genética. Assim, estará em risco se um familiar próximo teve melanoma. Quanto maior o número de familiares com melanoma, maior o risco. Cerca de 10% das pessoas que desenvolvem melanoma têm antecedentes familiares.
Idade avançada
Cerca de metade dos melanomas ocorrem em indivíduos com mais de 50 anos. Contudo, o melanoma é um dos tumores mais frequentes em jovens com idade inferior a 30 anos, não sendo alheio o facto de ser a população com maior exposição solar pela frequência de praia. As pessoas com antecedentes familiares também poderão desenvolver melanoma em idade mais precoce.
Uso de solários e lâmpadas UV
As fontes de radiação UV artificial como as cabines de solário e as lâmpadas UV, podem provocar lesões na pele e aumentar o risco de cancro de pele; o risco aumenta consideravelmente caso a utilização destas fontes seja feita em idade precoce, nomeadamente antes dos 30 anos.