Alguns comportamentos dos animais de estimação podem ter origem emocional. Por isso, os tratamentos devem incluir, acima de tudo, a atenção total ao corpo e à mente de um cão.
O tutor necessita de estar atento para perceber os sinais que extrapolam o contexto de simples manias e indicam quadros que merecem tratamentos mais específicos.
O desenvolvimento de manias e comportamentos obsessivos pode estar relacionado a históricos de abuso físico ou emocional. Se o cão foi resgatado, era vítima de maus tratos ou das ruas, deve prestar atenção às suas funções sensoriais.
Uma boa dica para identificar um comportamento compulsivo-obsessivo dos cães é reparar na intensidade da ação, por exemplo, latidos mais frequentes, coçar-se, escavar ou arranhar excessivamente.
Descubra quatro ações compulsivas dos cães:
Destruir coisas
Quem tem um patudo em casa já se deparou, pelo menos uma vez, com móveis, sapatos, roupas ou outros objetos destruídos. Esse comportamento, muito comum em filhotes, pode acompanhar o animal ao longo da vida.
O que ocorre é que, ao perceber que não tem ninguém com quem interagir, o cachorro desenvolve um quadro de ansiedade e necessita de extravasar. Essa situação de stress nos cães, geralmente, é acometida pela chamada ansiedade de separação. O termo diz respeito ao comportamento que o bicho desenvolve ao sentir que está sozinho. Para ele, isso pode significar abandono. Por isso, pode latir por muito tempo, chorar, uivar ou destruir objetos.
Essa mania tende a diminuir quando ele percebe que há uma rotina na casa e sabe que eventualmente alguém irá chegar. No entanto, se for um comportamento persistente, é necessário levá-lo ao veterinário para que seja realizada uma avaliação mais detalhada e prosseguir com o tratamento adequado.
Correr atrás do rabo
Existem diversos fatores que podem levar a esse tipo de comportamento. Caso o seu cão corra atrás do rabo com muita frequência, leve-o ao veterinário para que o profissional seja capaz de fazer uma avaliação e encontrar o real motivo.
Cães podem fazer isso por predisposição genética a comportamentos compulsivos. Perseguir o rabo também pode estar relacionado à idade. "Para as crias, por exemplo, a atitude por ser mera brincadeira. Se esse comportamento for identificado nos idosos, pode ser indício de problemas relacionados à senilidade ou demência", afirma a veterinária Livia Romeiro, especialista em comportamento canino da Vet Quality Centro Veterinário 24h, no Brasil.
A falta de exercício físico também pode fazer com que os animais corram atrás do rabo porque têm tendência a ficar entediados por causa do excesso de energia acumulada.
Quadros de ansiedade, necessidade de atenção do dono, vermes e ferimentos também podem ser a causa desse comportamento. Outro ponto que importante é que raças com instinto muito forte de caça tendem a ver no rabo uma espécie de presa.
Lamber as patas
Esse comportamento é uma estratégia que o cão utiliza para informar que está entediado e precisa de uma atividade que o entretenha. Nesse caso, o melhor a ser feito é proporcionar momentos de interação. Pode ser com brinquedos, levando-o a passear ou fazer-lhe festas.
Apesar de ser um comportamento relativamente comum, o ato de lamber as patas é uma das manias que devem ser observadas com atenção para que não se transforme em compulsão. Caso perceba que o cão lambe excessivamente a ponto de provocar ferimentos, deverá então procurar um veterinário.
Fazer xixi em lugares inapropriados
Alguns cães fazem xixi na cama ou na almofada de quem lhe tenha ralhado. E não, não se trata de vingança. Na verdade, trata-se de um sintoma que pode estar relacionado ao medo.
Após receber uma correção, é comum que o cachorro trema e encolha o rabo. Nesse processo, urinar pode ser uma consequência natural, consequente do nervosismo sentido pelo bicho.
Além disso, fazer xixi pode ser sinónimo de marcação de território. Se o cão estiver num contexto que faça com que se sinta desafiado, pode sentir a necessidade de deixar o seu cheiro em lugares específicos.
É importante lembrar que a punição só é eficaz quando o animal é apanhado em flagrante. Já que a sua memória não é como a nossa e não é capaz de associar o motivo por que está zangado ao ocorrido. Além disso, ele pode entender que o erro está no próprio ato de urinar.
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