Este é o horário em que o corpo queima mais calorias, a ciência explica

Pesquisa indica qual o período do dia em que o organismo gasta mais energia naturalmente.

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Liliana Lopes Monteiro
25/09/2019 15:11 ‧ 25/09/2019 por Liliana Lopes Monteiro

Lifestyle

Queimar calorias

Segundo um estudo norte-americano, pode haver uma hora do dia em que o corpo gasta mais calorias e tal deve-se ao ciclo circadiano, sistema que controla o relógio interno do organismo, os ciclos do sono e do despertar.  

Em repouso, os humanos queimam cerca de 10% a mais de calorias no final da tarde do que à noite. Isso equivale a mais ou menos 130 calorias gastas sem qualquer esforço nesse período. 

"Se isso ocorre diariamente, pode imaginar que com o tempo poderia aumentar", comentou Jeanne Duffy, professora de medicina na Harvard Medical School e neurocientista no Brigham and Women's Hospital, ambos nos Estados Unidos. 

Publicada na revista Current Biology, a pesquisa concentrou-se na queima de calorias em repouso. Duffy afirmou, porém, que não está claro se as pessoas deveriam reagendar as suas rotinas de exercício físico e refeições para esse horário. Na verdade, o que pode ser mais relevante é evitar o consumo calórico no período da madrugada e no início da manhã.

"Podemos estar a tomar o pequeno-almoço num momento em que necessitamos de menos energia para manter as nossas funções", disse Duffy. "Portanto, o mesmo pequeno-almoço pode resultar em calorias extras armazenadas, porque não precisamos delas para manter as nossas funções corporais”.

O estudo

Por 37 dias, os homens e mulheres do estudo (que tinham entre 38 e 69 anos) viveram num laboratório sem relógios, janelas, telefones ou Internet. Tiveram igualmente os seus horários de sono e refeições controlados. O que fez com que o relógio corporal dos participantes ‘parasse’, forçando o ritmo circadiano a operar com base em fatores internos, permitindo assim que os investigadores observassem a função biológica do corpo durante a manhã, tarde e noite.  

Todos usaram sensores que mediam as suas temperaturas corporais. Com isso, os cientistas puderam medir o gasto de energia: quanto mais alta a temperatura, mais calorias a pessoa estava a queimar. Apuraram ainda que a temperatura era mais baixa quando os ritmos circadianos correspondiam ao começo da noite e início da manhã, e, no máximo, 12 horas depois, no final da tarde.

Duffy declarou que essas descobertas têm um significado especial para os profissionais noturnos. Pesquisas já demonstraram que o trabalho de madrugada está associado a uma série de problemas de saúde, incluindo obesidade, diabetes tipo 2 e cancro. Segundo a professora, este novo estudo acrescenta à ideia de que as doenças podem estar relacionadas com ruturas do ritmo circadiano.

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