Cera dos ouvidos pode contribuir para o diagnóstico rápido do cancro

Uma equipa de investigadores da Universidade Federal de Goiás, no Brasil, apurou que a cera de ouvido pode ser utilizada no diagnóstico de diversas doenças, incluindo de tumores.

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Liliana Lopes Monteiro
28/10/2019 21:33 ‧ 28/10/2019 por Liliana Lopes Monteiro

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Cera dos ouvidos e cancro

A cera pode então ser essencial para que o tratamento seja iniciado nas fases iniciais da doença, aumentando a possibilidade de cura, já que o diagnóstico pode ser feito em apenas cinco horas.

O método em que a cera de ouvido é usada para diagnóstico do cancro, conforme foi avançado pela publicação Tua Saúde, é denominado de cerumenograma e consiste na recolha de uma pequena quantidade de cera de ouvido que é enviada para o laboratório para que as substâncias que a formam sejam avaliadas. Trata-se de um método económico, rápido e preciso, apresentando vantagens não só na deteção do cancro mas também de outras doenças, no entanto ainda são necessários mais estudos para validação da técnica.

O poder surpreendente da cera de ouvido

A cera de ouvido além de atuar como proteção contra a entrada de corpos estranhos no organismo, contém uma série de substâncias que são produtos do metabolismo, ou seja, que podem indicar como está a funcionar o corpo, se as células estão saudáveis ou se existem células alteradas que produzem substâncias diferentes, por exemplo.

Como tal, a cera foi considerada pelos cientistas brasileiros como fonte de biomarcadores da saúde do organismo, podendo ser útil no diagnóstico do cancro, já que as células tumorais possuem um mecanismo de regulação diferente das células normais e podem secretar metabólitos diferentes, que acabam por ser na cera.

O estudo

O estudo foi feito através da recolha de 52 amostras de cera de ouvido de pessoas diagnosticadas com cancro e 50 amostras de um grupo de controlo constituído por pessoas que não tinham a doença. Após a recolha, o material passou por um processo de vaporização e, a partir daí, foi colocado num equipamento para que fosse possível a identificação e separação dos metabólitos presentes na cera.

A partir dos resultados obtidos, os investigadores conseguiram detetar a diferença entre os compostos presentes na cera de ouvido dos pacientes com cancro e das pessoas que não tinham a doença, verificando que existiam cerca de 27 metabólitos que estavam presentes no tumor.

Esses 27 metabólitos foram encontrados em todos os pacientes com cancro, em menor ou maior intensidade de acordo com o tipo de neoplasia apresentado. Dessa forma, esses metabólitos podem ser considerados biomarcadores do cancro, sendo úteis no diagnóstico precoce da doença.

 

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