Sofre de ansiedade? O melhor remédio pode estar na sua cama

Dormir bem é um remédio natural e poderoso contra a ansiedade, revela um novo estudo norte-americano. O sono profundo é essencial para que o cérebro consiga reorganizar as suas conexões.

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Liliana Lopes Monteiro
13/11/2019 11:00 ‧ 13/11/2019 por Liliana Lopes Monteiro

Lifestyle

Combater a ansiedade

De acordo com um artigo publicado no periódico científico Nature Human Behaviour, quem passa noites em claro tem uma probabilidade até 30% mais elevada de apresentar um aumento nos níveis de ansiedade.

"Identificamos uma nova função do sono profundo, que diminui a ansiedade da noite para o dia reorganizando as conexões no cérebro”, disse o autor sénior do estudo, Matthew Walker, professor de neurociência e psicologia da Universidade de Berkeley, nos Estados Unidos, em comunicado. "O sono profundo parece ser um ansiolítico (inibidor da ansiedade) natural, desde que o tenhamos todas as noites". 

Numa série de experiências que recorreram ao uso de ressonâncias magnéticas, os investigadores examinaram o cérebro de 18 voluntários. Os indivíduos visualizaram vídeos emocionantes após uma noite inteira de sono e, novamente, após passarem o mesmo período em claro. Foi aí que a equipa percebeu que ficar sem dormir profundamente aumentava os níveis de ansiedade e stress dessas pessoas.

Analisando as monitorizações realizadas, os cientistas notaram que não dormir resultava no 'desligamento' do córtex pré-frontal medial, região que ajuda a manter a ansiedade sob controle. Adicionalmente, detetaram que os centros emocionais mais profundos do cérebro estavam notavelmente mais ativos.

Em contraste, exames feitos após noites bem dormidas mostraram que os níveis de ansiedade diminuíram bastante, graças às ondas cerebrais que perpassam o sistema nervoso quando estamos em estado de repouso. "O sono profundo restaurou o mecanismo pré-frontal do cérebro que regula as nossas emoções, diminuindo a reatividade emocional e fisiológica e impedindo o aumento da ansiedade", explicou Eti Ben Simon, participante na pesquisa. 

Após esse primeiro teste, a equipa de investigadores decidiu estudar o assunto mais profundamente, e pediu para que 280 pessoas reportassem online o quanto haviam dormido e o quão ansiosas se sentiram no dia seguinte. Os resultados mostraram que a quantidade e a qualidade do sono que os participantes tinham de uma noite para a outra previam o quanto estes se sentiriam ansiosos no dia seguinte. Mesmo mudanças noturnas subtis no sono afetaram os seus níveis de ansiedade.

"Pessoas com transtornos de ansiedade rotineiramente relatam ter problemas de sono, mas raramente a melhoria desse aspecto é considerada uma recomendação clínica para diminuir a ansiedade", apontou Simon. "O nosso estudo não apenas estabelece uma conexão causal entre sono e ansiedade, mas também identifica que precisamos do sono profundo para acalmar os nossos cérebros super ansiosos". 

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