A rede de hospitais CUF alerta que é a terceira neoplasia maligna mais frequente do tubo digestivo em Portugal e a segunda no mundo ocidental, após o cancro do cólon, e a quinta mais frequente causa de morte por cancro. A prevalência tem estabilizado nas últimas décadas. A maior parte dos casos ocorre entre os 35 e os 70 anos, com o pico da incidência no grupo etário entre os 55 e 74 anos. Os homens e as mulheres são igualmente afectados pela doença.
O cancro do pâncreas surge com a formação de células malignas neste órgão, que só costumam revelar a sua presença quando a doença já está bastante desenvolvida. Portugal vê surgir 1400 novos casos de cancro do pâncreas por ano e, segundo a Associação de Apoio ao Doente com Cancro Digestivo, em 2030 esta pode tornar-se a segunda principal causa de morte por cancro no mundo.
O Serviço Nacional de Saúde (SNS) explica as causas, sintomas, diagnóstico e o tratamento do cancro do pâncreas:
Causas
Os avanços no combate à doença parecem tardar e por isso é importante saber quais os fatores de risco:
Fumar: O tabaco está diretamente ligado ao aparecimento do cancro do pâncreas. O risco de contrair a doença aumenta consideravelmente com o número de cigarros fumados e diminui significativamente 10 a 15 anos após a cessação do hábito de fumar.
Álcool: A ingestão de bebidas alcoólicas em excesso e de forma prolongada contribui para a libertação precoce das enzimas digestivas, o que aumenta a permeabilidade dos pequenos canais. Essa permeabilidade vai permitir a fuga de sucos digestivos para o tecido normal, o que pode levar ao aparecimento do cancro do pâncreas.
Alimentação: Uma alimentação baseada sobretudo em gorduras e carne aumenta significativamente o risco de se poder contrair a doença. Por outro lado, a ingestão de frutas e vegetais funciona como uma proteção.
Profissões de risco: Trabalhadores nas indústrias do petróleo, dos metais, gás natural e químicos.
Outros fatores de risco: sedentarismo, gastrectomia parcial, diabetes, pancreatites hereditárias, dermatomiosite (doença auto-imune da pele e músculos).
Sintomas
O cancro do pâncreas é uma doença silenciosa e o diagnóstico é regularmente feito tarde demais, uma vez que os sintomas demoram a revelar-se. Mas existem sinais aos quais se deve estar atento:
- Pele e olhos amarelados;
- Dor abdominal leve ou forte, que passa para as costas e se mantém ao longo do tempo (este sintoma aparece normalmente numa fase mais avançada da doença);
- Aumento do nível de glicose no sangue, que pode provocar o aparecimento de diabetes;
- Perda de apetite e problemas digestivos permanentes;
- Náuseas e vómitos;
- Comichão na pele;
- Perda de peso significativa;
- Urina escura e fezes esbranquiçadas ou com gordura.
Diagnóstico
Uma vez que os sintomas demoram a revelar-se, o diagnóstico é feito numa fase já tardia e avançada da doença (em 60% dos casos).
Há análises de sangue que podem confirmar a presença da doença, contudo para a confirmação do diagnóstico passa por:
- Tomografia Axial Computorizada;
- Ressonância Magnética;
- Ecografia;
- Endoscopia.
Tratamento
O único tratamento que cura efetivamente o cancro é a cirurgia radical, em que é retirado o pâncreas. Esta abordagem é a mais indicada, especialmente quando o cancro é detetado numa fase inicial. Quando não é possível fazer a cirurgia, o objetivo passa por prolongar a sobrevivência com a melhor qualidade de vida possível, com recurso a quimioterapia e a radioterapia, por si ou de forma combinada.