O artigo divulgado por Jennifer J. Manly no periódico científico Neurology aponta que, através de uma pesquisa realizada com 983 pessoas com uma média de idade de 78 anos, questões ligadas à alfabetização, memória e outras características neurológicas podem interferir diretamente no processo de demência ao logo da vida. Desse grupo, os 238 analfabetos representaram um índice três vezes maior de perda de memória do que os demais.
O estudo constatou que as pessoas analfabetas desenvolveram demência mais cedo do que as pessoas alfabetizadas. Embora pesquisas anteriores não tivessem conseguido provar a relação entre os fatores, o novo estudo apresenta dados consistentes que destacam a importância de manter a mente ativa ao longo da vida com atividades como a leitura e a escrita.
Ler contra a demência
O estudo que acompanhou o grupo por 23 anos apontou um índice maior de demência em pessoas analfabetas, cerca de 35%, e de 18% no outro grupo. Homens e mulheres apresentaram valores muito semelhantes no estudo, embora as mulheres sejam normalmente mais afetadas por doenças como o Alzheimer (ainda não se sabe ao certo porquê).
Heather M. Snyder, vice-presidente de uma das divisões da Associação de Alzheimer nos Estados Unidos entende que o estudo contribui de forma significativa para as pesquisas sobre longevidade, mas ainda é preciso levar outros fatores em consideração.
O Departamento de Educação dos Estados Unidos estima que 32 milhões de adultos sejam analfabetos naquele país.