Cientistas criam neurónios artificiais para tratar doença de Alzheimer

Uma nova tecnologia é capaz de imitar as respostas dos neurónios biológicos, podendo substituir os que foram danificados ou mortos por doenças neurodegenerativas.

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Liliana Lopes Monteiro
13/12/2019 12:00 ‧ 13/12/2019 por Liliana Lopes Monteiro

Lifestyle

Tratamento de Alzheimer

Investigadores britânicos criaram neurónios artificiais que podem ser implantados no cérebro para reparar os danos causados por doenças neurodegenerativas, como Alzheimer. De acordo com a equipa, as células eletrónicas – um tipo de chip de silício – é capaz de imitar as respostas dos neurónios biológicos quando ativadas pelo sistema nervoso.

Os investigadores revelaram ainda que o dispositivo pode ser capaz de reparar lesões na medula espinhal, onde a conexão neural foi totalmente cortada ou onde as células cerebrais morreram completamente. Outro possível uso para o chip seria para tratar a insuficiência cardíaca. Isso porque, além do cérebro, medula espinhal e sistema nervoso, é possível encontrar neurónios também ao redor do coração.

“Os neurónios fazem parte do cérebro, do sistema nervoso central e há doenças induzidas por esses neurónios que se decompõem, perdem a sua função ou não se regeneram. Por isso é importante ter biocircuitos que possam substituir esses neurónios defeituosos e restaurar a sua função vital”, disse Alain Nogaret, da Universidade de Bath, no Reino Unido, ao jornal The Telegraph. 

A tecnologia foi criada através do uso de modelagem computacional, e equações que explicam como as células respondem ao receber sinais elétricos de nervos específicos para que o chip possa reproduzir essa reação.

A equipa ainda não testou a eficiência do dispositivo em seres humanos, mas as experiências realizadas em camundongos conseguiram replicar a produção de neurónios na região cerebral do hipocampo e no sistema respiratório logo que o chip recebeu estímulos de diferentes nervos. Os resultados foram publicados no periódico científico Nature Communications

“Replicar a resposta dos neurónios respiratórios em bioeletrónica que podem ser miniaturizados e implantados é extremamente emocionante. Além disso, abre enormes oportunidades para dispositivos médicos mais inteligentes que direcionam abordagens de medicina personalizada para uma variedade de doenças e deficiências”, comentou Julian Paton, da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia, a The Telegraph.

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