Estima-se que 10% da população em todo o mundo seja canhota. Até ao momento os cientistas ainda não conseguiram discernir com absoluta certeza o motivo por que certos indivíduos têm uma maior inclinação para escrever com a mão esquerda, mas sabem que a genética é parcialmente responsável.
Nesse sentido um estudo britânico recente, realizado por investigadores da Universidade de Oxford, e divulgado no periódico científico Brain, identificou quais as variantes genéticas que separam os destros dos canhotos.
O estudo analisou o ADN de 400 mil indivíduos, entre eles 38.332 canhotos, e registou que as variantes genéticas relacionadas a ser canhoto estão associadas a diferenças na 'matéria branca' do cérebro e em áreas que ditam a linguagem.
“Isto aumenta a possibilidade intrigante para investigações futuras sobre a vantagem que os canhotos podem ter sobre os destros quando se trata de tarefas verbais (…) Precisamos de avaliar se esta coordenação das áreas da linguagem entre os lados esquerdo e direito do cérebro nos canhotos lhes dá uma vantagem na capacidade verbal”, explicou Akira Wiberg, investigador que trabalhou neste estudo.
A pesquisa revelou ainda que nos não destros, os lados esquerdo e direito do cérebro “comunicam de forma mais coordenada”. Em contrapartida, e num tom menos positivo, o estudo apontou adicionalmente uma associação entre a condição de canhoto e um maior risco de desenvolver esquizofrenia, embora o motivo ainda não seja claro.
“É bem sabido que há mais canhotos entre os pacientes que sofrem com esquizofrenia. Em contraste, há menos canhotos com doença de Parkinson”, explicou Dominic Furniss, da Universidade de Oxford, à CNN.