Os cientistas chegam a usar o termo ‘dor de cabeça de rabo-de-cavalo’, ao invés do conceito científico conhecido por ‘dor de cabeça de tração externa’, afirma Wade Cooper, professor adjunto e diretor da Clínica de Cefaleia e Dor Neuropática da Universidade do Michigan, nos Estados Unidos, em declarações à publicação Huffpost. Sendo que os dois termos estão incluídos no manual diagnóstico da International Headache Society.
“Os responsáveis pela dor de cabeça de rabo-de-cavalo são os nervos sensíveis à dor que temos no couro cabeludo”, explicou Cooper. “Quando o cabelo é puxado, pode não haver dor inicialmente, mas quanto mais tempo permanece puxado, mais os nervos ficam sensibilizados. Em algum momento o sinal de dor é enviado ao cérebro”.
Um processo semelhante faz o cabelo 'doer' quando é puxado para trás. Os folículos capilares podem ficar sensíveis com o tempo, devido à pressão exercida sobre as terminações nervosas.
A dor de cabeça de rabo-de-cavalo é também um exemplo de um fenómeno chamado alodinia, disse à mesma publicação Kiran Rajneesh, professor assistente de neurologia e diretor da divisão de dor neurológica do Centro Médico Wexner da Universidade Ohio State.
“Alodinia é um termo médico que descreve quando a sensação do toque é percebida pelo cérebro como dor”, explicou. “Com a dor de cabeça de rabo-de-cavalo, a tração do cabelo é apreendida pelo cérebro como dor”.
Outros exemplos de alodinia podem ser dor sentida ao passar uma escova no cabeço ou um barbeador no rosto.
Algumas pessoas sentem mais dor do que outras
Nem todas as pessoas que usam rabo-de-cavalo sentem dor de cabeça.
“Achamos que as pessoas que já costumam sofrer com enxaquecas têm probabilidade maior de sentir dor por terem seus cabelos presos com força”, disse Cooper. Segundo ele, pessoas que sofrem de enxaqueca frequentemente também são mais sensíveis a mudanças de temperatura e outras fontes de desconforto.