As doações de esperma de homens mortos são "eticamente admissíveis", defendem médicos ingleses que procuram combater a escassez de doadores vivos no Reino Unido. A afirmação integra um estudo publicado no Journal of Medical Ethics Monday que assume a posição de que os homens deveriam poder "registar o desejo de doar esperma após a morte para uso por estranhos".
O procedimento seria semelhante à doação de órgãos 'tradicional', dizem os autores Dr. Nathan Hodson, da Universidade de Leicester, e Joshua Parker, do Hospital Wythenshawe, em Manchester, citados pela CNN. "Se é moralmente aceitável que indivíduos possam doar os seus tecidos para aliviar o sofrimento de outras pessoas (doenças), não vemos razão para que isso não possa ser estendido a outras formas de sofrimento, como a infertilidade", alegam.
Segundo os mesmos, a mecânica da doação é totalmente viável por meio de eletroejaculação ou métodos cirúrgicos. Os investigadores acrescentam ainda que a colheita de esperma após a morte é possível há muitos anos e há evidências de que pode ser usado na reprodução. Espermatozóides recuperados até 48 horas após a morte podem resultar em gestações viáveis e crianças saudáveis, defendem.