A superfetação pode acontecer quando uma mulher tem um útero duplo ou se esta ovula várias vezes, e o segundo óvulo é fertilizado – conforme explica a revista norte-americana Women’s Health.
“Existem casos de mulheres que ovulam duas vezes no mesmo ciclo, ou mulheres que ovularam enquanto já estavam grávidas”, explica àquela publicação Mary Jane Minkin, MD, ginecologista obstetra da Faculdade de Medicina da Universidade de Yale, nos Estados Unidos.
Adicionalmente, a superfetação pode ocorrer se uma mulher tiver um útero duplo, de acordo com um estudo divulgado no Journal of Reproduction & Sexual Health.
Porém, regra geral, durante a gravidez o corpo da mulher envia sinais hormonais de modo a impedir a ovulação e outras gestações. Após a fertilização do primeiro óvulo este aloja-se na parede do útero que se torna mais espessa de forma a sustentar o óvulo. Ou seja, o processo impede a maioria das vezes que um outro óvulo provoque o mesmo fenómeno.
A Women’s Health explica ainda que o colo do útero cria uma barreira protetora para o feto, o que por sua vez impede virtualmente a entrada do esperma.
Consequentemente, para a superfetação ter lugar, tem de ocorrer aquilo que popularmente se denomina de ‘tempestade perfeita’, consistindo: numa ovulação extremamente irregular ou, uma vez que um óvulo já tenha sido fertilizado, um segundo óvulo seja fertilizado e implantado com sucesso na parede uterina. Atenção, trata-se de um fenómeno extremamente raro!
A superfetação também pode manifestar-se através de gestações duplas em mamíferos como cavalos, mas parece que ocorrem muito mais raramente em seres humanos. A verdade é que a maioria dos ginecologistas jamais se deparou pessoalmente com o fenómeno.