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Testes genómicos podem ser a chave na luta contra o cancro

"Segundo a Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO), um em cada dois homens e quase uma em cada três mulheres sofrerão algum tipo de cancro ao longo da vida", explica Adriana Terrádez, diretora da OncoDNA para Espanha e Portugal, num artigo de opinião partilhado com o Lifestyle ao Minuto.

Testes genómicos podem ser a chave na luta contra o cancro
Notícias ao Minuto

13:57 - 04/02/20 por Notícias Ao Minuto

Lifestyle Dia Mundial da Luta Contra o Cancro

Uma probabilidade muito alta, mas que graças à constante investigação e inovação no setor da saúde o cancro poderá ter consequências cada vez menos negativas para a saúde do doente.

A cada ano que passa damos mais um passo no campo do tratamento e diagnóstico. A maioria dos tumores é localizada de forma cada vez mais rápida e mais focada, permitindo que os especialistas encontrem uma terapia eficaz e personalizada antes que a doença progrida. De facto, nas últimas duas décadas, a sobrevivência cresceu 20% em países como Portugal.

Este crescimento tem muito a ver com a oncologia de precisão, focada em encontrar o tratamento certo para cada doente. Esta nova abordagem foi decisiva no cancro da mama, com uma percentagem de doentes sem recidiva aos cinco anos já perto de 90%, e em doentes com cancro da próstata, cujos números também melhoraram acentuadamente graças ao aumento do número de novos casos diagnosticados precocemente.

Através dos testes genómicos, por exemplo, podem conhecer-se as alterações genéticas que desencadeiam um tumor. O oncologista pode utilizar estes testes e determinados biomarcadores diagnósticos e preditivos para obter o máximo possível de informação sobre a doença e tomar a melhor decisão para a saúde dos doentes.

A localização da raiz do problema é importante para o especialista e, logo, para o doente, pois permite administrar uma terapia muito mais eficaz, realizar um acompanhamento mais confiável e até antecipar a evolução da doença. Além disso, economiza custos para o sistema, que não precisa financiar tratamentos caros que não gerarão benefícios para o doente (provavelmente só fornecerão toxicidade extra). Por outro lado, se houver o máximo de informações possíveis sobre um tumor, há mais hipóteses de ter acesso a ensaios clínicos com terapias promissoras para combater a doença.

Novas técnicas de diagnóstico e monitorização como a biópsia líquida, com amostras de sangue, e outros tipos de perfis moleculares feitos em amostras de tecido, estão cada vez mais presentes nos nossos hospitais, permitindo salvar muitas vidas. No entanto, em Portugal, a sua utilização na prática clínica diária e o seu financiamento parcial ou total ainda estão a ser avaliados. Esperamos que, pouco a pouco, esses tipos de aplicações estejam disponíveis para todos e que a sua evolução seja decisiva para transformar o cancro apenas num pesadelo.

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