O primeiro contacto do bebé com a gripe determina a sua imunidade futura

Um estudo recente aponta que aqueles que nascem numa altura em que um determinado vírus da gripe está dominante apresentam um risco significativamente menor de contrair esse vírus ao longo da vida.

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Liliana Lopes Monteiro
14/02/2020 15:00 ‧ 14/02/2020 por Liliana Lopes Monteiro

Lifestyle

Bebés e vírus da gripe

Cientistas das universidades McMaster e de Montreal, no Canadá, apuraram que o primeiro tipo de vírus da gripe a que somos expostos quando somos bebés determina a nossa capacidade de combater a doença no futuro, e em qualquer idade.

A pesquisa, publicada no periódico Clinical Infectious Diseases, e divulgada pela revista Galileu, reforça a teoria há muito designada pelos especialistas como ‘impressão antigénica’. Fenómeno este de acordo com o qual ao sermos expostos precocemente a um dos vírus da gripe, o organismo humano ‘imprime’ o microrganismo do sistema imunológico do indivíduo em questão, o que por sua vez condiciona a capacidade de resposta à patologia pelo resto da vida.

Durante a realização do estudo, os investigadores recolheram e analisaram dados da época de gripe entre 2018 e 2019, considerando que houve períodos nos quais predominou o H1N1 e alturas nas quais se destacou o H3N2, duas linhagens díspares de vírus que provocam a doença da gripe.

Consequentemente, conforme reporta a Galileu, os especialistas apuraram que as crianças que nasceram quando o tipo H1N1 era mais prevalecente apresentavam uma maior resistência à gripe nas épocas de aumento desse vírus. Entretanto quem nasceu nos períodos dominados pelo H3N2 está por sua vez menos suscetível a esse agente infeccioso.

Nesse sentido, os autores do estudo sugerem que, em épocas de epidemias, as autoridades de saúde pública deveriam avaliar quem apresenta maior risco tendo como base a faixa etária da população e os vírus dominantes no momento do seu nascimento.

"Compreender como a imunidade nos deixa protegidos ou suscetíveis é realmente importante para nos ajudar a identificar as populações que estão em maior risco durante epidemias sazonais e novos surtos", afirmou Matthew Miller, um dos líderes do estudo, num comunicado divulgado à imprensa.

 

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