A Associação Protectora dos Diabéticos em Portugal (APDP) revela que 82% dos indivíduos rastreados em três concelhos do Alentejo tem um risco moderado a elevado de desenvolver pé diabético. Estes projetos verificaram ainda que a prevalência de diabetes nas IPSS participantes é de 23,8%.
O pé diabético associa-se aos diversos problemas do pé que ocorrem como complicação da diabetes, existindo um risco de amputação.
"O projeto de Intervenção em Lares e Centros de Dia no Pé Diabético (PEDIAP) e o projeto de Intervenção em Centros de Dia e Domicílios (PEDIAB), foram realizados pela APDP, com cofinanciamento da Direção-Geral da Saúde, em três concelhos do Alentejo, nomeadamente, Alcácer do Sal, Montemor-o-Novo e Vendas Novas. Estes projetos, com a duração de um ano, tiveram como objetivo avaliar, prevenir e tratar o pé diabético através de cuidados de podologia, promovendo assim a diminuição de feridas e amputações", começa por referir a APDP em comunicado.
Segundo os mesmos, as intervenções, realizadas em 18 Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), incluíram o rastreio, com classificação do risco para lesões, os tratamentos necessários aos casos de médio e alto risco e a sensibilização e educação dos cuidadores formais e informais para o pé diabético. Estes projetos contaram com 334 participantes e através deles foram realizadas 37 formações e 638 tratamentos.
"A nível nacional 20 a 25% das admissões hospitalares de pessoas com diabetes acontecem devido ao pé. E, neste momento, o pé diabético é a causa de mais de mil amputações dos membros inferiores. A nossa preocupação com o Alentejo deve-se à inexistência de cuidados estruturados e ao fraco acesso a cuidados de prevenção" refere José Manuel Boavida, presidente APDP.
Estes projetos permitiram verificar que "a prevalência de diabetes nas IPSS é de 23,8% e que 18% dos indivíduos tem um risco baixo de ulceração, 44% risco moderado e 38% risco elevado", revela.
"Na ótica dos beneficiários, este projeto permitiu a otimização dos cuidados locais através de cuidados especializados de proximidade, prevenção de feridas e amputações, tratamento e cura de feridas já existentes, bem como redução dos danos estabelecidos. Para além de promover a consciencialização para este problema e a valorização e alívio das dificuldades locais sentidas pelos cuidadores formais e informais." conclui José Manuel Boavida.