Segundo um artigo médico divulgado no site do hospital CUF, existem diversas demências e são raras as que se podem tratar ou prevenir eficazmente. Acredita-se, no entanto, que um estilo de vida saudável possa retardar o surgimento da maioria.
Demência sem perda de autonomia
Quando há um desempenho cognitivo, ajustado à idade e escolaridade, inferior ao esperado mas o doente é capaz de realizar todas as tarefas que antes assumia, dizemos que tem um defeito cognitivo ligeiro. Esta categoria representa um estado de transição entre a normalidade e a demência, sendo que a conversão daquela para esta ocorre a um ritmo de 15% ao ano.
Que funções se podem perder com a demência?
- A capacidade de organização, planeamento, decisão e julgamento (funções executivas);
- A capacidade de reter e evocar informação (memória);
- A capacidade de expressão e compreensão verbal (linguagem), a capacidade de reconhecer pessoas e objetos (gnose);
- A capacidade de orientação no espaço e de produzir sequências de atos motores (praxis).
Como se classificam as demências?
Demências primárias (degenerativas, em que a demência é a própria doença);
Demências secundárias (em que há outra doença que se manifesta por demência);
Entre as últimas há algumas passíveis de serem tratadas e/ou prevenidas, sublinhando a importância de um diagnóstico correto, para o qual contribuem a colheita pormenorizada da história clínica, o exame neurológico e neuropsicológico e o uso compreensivo de exames laboratoriais e imagiológicos.
As principais demências
- Doença de Alzheimer (que representa cerca de dois terços de todos os casos);
- Demência frontotemporal;
- Demência com corpos de Lewy;
- Demência vascular (destas, a única secundária).
Os números
No que toca à frequência das demências, os dados epidemiológicos mais abundantes referem-se à doença de Alzheimer. A taxa de prevalência desta doença, que aumenta exponencialmente com a idade, varia de até 1% aos 60-65 anos a quase 50% acima dos 90 anos, estimando-se um total superior a 150 mil doentes em Portugal e 35 milhões em todo o mundo.
Existe tratamento que cure ou atrase as demências?
Se excluirmos a pequena percentagem de causas tratáveis de demência, para a maioria das demências não existe tratamento curativo ou que altere a história natural da doença. No entanto já existem fármacos muito úteis, quer para otimizar as funções cognitivas (como os inibidores da acetilcolinestérase ou a memantina), quer para reduzir a disfunção comportamental (como os antidepressivos e os anti psicóticos).
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