A poluição do ar pode deixá-lo menos inteligente, alerta estudo

Investigadores revelam que respirar ar tóxico é sobretudo prejudicial para os homens, podendo representar o equivalente à perda de vários anos de escolaridade.

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Liliana Lopes Monteiro
12/03/2020 08:10 ‧ 12/03/2020 por Liliana Lopes Monteiro

Lifestyle

Danos da poluição

Afinal, não são apenas os pulmões que sofrem danos devido à poluição atmosférica e à emissão de gases estufa. Um novo estudo chinês aponta que o bom funcionamento do cérebro também é prejudicado, podendo inclusive reduzir a inteligência dos indivíduos. 

A pesquisa, publicada no periódico científico Proceedings of the National Academy of Sciences, analisou testes de linguagem e aritmética de 20 mil indivíduos entre 2010 e 2014. No decorrer da análise os investigadores compararam os resultados dos testes com registos de dióxido de nitrogénio e dióxido de enxofre na área onde habitavam.

Os investigadores concluíram que índices elevados de poluição geraram quedas notórias nos resultados, sendo que em média se verificou que o impacto da exposição a ar de baixa qualidade equivalia à perda de um ano de educação. 

"O ar poluído pode fazer com que todos reduzam seu nível de instrução em um ano, o que é extremamente significativo", afirmou Xi Chen, da Yale School of Public Health, nos Estados Unidos, membro da equipa de pesquisa, em entrevista ao jornal britânico The Guardian. “Mas sabemos que o efeito é pior para os idosos, especialmente aqueles com mais de 64 anos, e para os homens e para aqueles com baixa escolaridade. Se calcularmos a perda para eles, podem ser alguns anos de educação". 

O estudo seguiu os mesmos indivíduos para observar como a poluição do ar variou de ano para ano, ou seja tal significa que muitos outros possíveis fatores causais, como as diferenças genéticas, foram automaticamente contabilizados e excluídos. 

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a poluição atmosférica provoca sete milhões de mortes por ano no planeta, e está adicionalmente associada ao risco de demência, ao desenvolvimento de doenças mentais em crianças e à produção de espermatozóides defeituosos. 

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