Especialistas na área da saúde creem que a vacina BCG pode acelerar o sistema imunitário humano e dessa forma combater ativamente a infeção provocada pelo novo coronavírus.
Segundo informações divulgadas pela revista Galileu, as pesquisas vão incluir mil voluntários, dos quais uma parcela irá receber a vacina e a outra, somente um placebo. As experiências serão realizadas em médicos e enfermeiros, já que correm um risco significativamente maior de serem infetados com a Covid-19, e em idosos que são a faixa etária com maior propabilidade de experienciar sintomas graves e de morrer devido à doença.
No momento que um vírus invade o corpo humano, os glóbulos brancos presentes no organismo atacam o elemento estranho. Contudo, se não forem bem sucedidos, essas células convocam a segunda frente de proteção do sistema imunitário, nomeadamente as células T e B, que produzem anticorpos específicos. Após o vírus ou bactéria invasora ser eliminada, uma porção diminuta dessas células permanece no corpo humano e cria o que se pode chamar de uma espécie de 'memória de combate'.
Por outras palavras, quando o corpo estiver outra vez em contacto com um agente infecioso, as defesas já estarão a postos para o eliminar. Sendo que é este processo biológico que serve como base para a produção de várias vacinas, tais como a BCG, que é administrada logo nos bebés recém-nascidos.
A Galileu explica que o sistema imunológico integrado pelos glóbulos brancos não tem por si próprio essa 'memória', contudo um estudo levado a cabo por investigadores da Universidade Radboud, na Holanda, revelou que a BCG é capaz de estimular essas células para que fiquem na pele humana durante alguns meses, desencadeando assim uma resposta das poderosas células T e B.
Uma pesquisa de 2018, realizada pelos mesmos cientistas holandeses, revelou que a imunização com BCG é eficaz na proteção contra outras infeções virais, como por exemplo a febre amarela. Por todos estes motivos os especialistas querem testar a vacina contra a tuberculose desta feita contra a Covid-19.
"Os participantes estão muito entusiasmados", disse Marc Bonten, um dos investigadores à publicação Science.