Diagnósticos da Covid-19 correspondem apenas a 6% dos casos, avisa estudo

Um estudo alemão alerta que o número divulgado de infetados em todo o mundo não corresponde à verdade, devido à demora dos resultados e ao défice de testes para diagnosticar a Covid-19.

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Liliana Lopes Monteiro
07/04/2020 13:00 ‧ 07/04/2020 por Liliana Lopes Monteiro

Lifestyle

Diagnóstico do coronavírus

De acordo com um estudo realizado por investigadores da Universidade de Göttingen, na Alemanha, publicado no dia 30 de março no periódico científico The Lancet, e divulgado pela revista Galileu, mundialmente o número de infetados pelo Sars-coV-2 ultrapassa significativamente os valores oficiais divulgados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). 

Durante o estudo os investigadores recorreram a estimativas da mortalidade e do tempo até à morte para testar os registos oficiais dos casos de Covid-19. Os dados apurados detetaram que os países identificaram somente 6% das infecções pelo novo coronavírus, e o número real de indivíduos em todo o mundo pode afinal ter alcançado a marca de dezenas de milhões.

Os cientistas creem que a insuficiência da quantidade de testes e os resultados atrasados podem estar por trás destes dados enganadores. O que por sua vez explicaria por que motivo alguns países europeus registam números de doentes muito mais elevados ou inferiores que outros. 

Conforme explica a Galileu, na Alemanha, por exemplo, foi detetada um índice de 15,6% das infecções; já em Itália e Espanha, 3,5% e 1,7%, respetivamente. As taxas de detecção são ainda menores nos Estados Unidos (1,6%) e no Reino Unido (1,2%), países que foram alvos de duras críticas devido à sua resposta tardia à propagação do Sars-coV-2. Em contrapartida, a Coreia do Sul diagnosticou 50% dos seus casos de Covid-19.

Entretanto os investigadores envolvidos no estudo estimam que, a 31 de março, a Alemanha já registava 460 mil infecções. Adicionalmente, que nessa mesma data os Estados Unidos já tinham mais de 10 milhões de doentes, Espanha mais de cinco milhões, a Itália cerca de três milhões e o Reino Unido à volta de dois milhões. 

Entretanto os dados divulgados na segunda-feira, dia 6 de abril, remetiam para um valor de 1,3 milhão de casos confirmados e 74 mil mortes no mundo pela doença. ”Tais diferenças extremas na quantidade e qualidade dos testes realizados significa que os registos oficiais de casos são pouco informativos", alerta o autor do estudo Sebastian Vollmer

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