De acordo com um estudo realizado por investigadores da Universidade de Göttingen, na Alemanha, publicado no dia 30 de março no periódico científico The Lancet, e divulgado pela revista Galileu, mundialmente o número de infetados pelo Sars-coV-2 ultrapassa significativamente os valores oficiais divulgados pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Durante o estudo os investigadores recorreram a estimativas da mortalidade e do tempo até à morte para testar os registos oficiais dos casos de Covid-19. Os dados apurados detetaram que os países identificaram somente 6% das infecções pelo novo coronavírus, e o número real de indivíduos em todo o mundo pode afinal ter alcançado a marca de dezenas de milhões.
Os cientistas creem que a insuficiência da quantidade de testes e os resultados atrasados podem estar por trás destes dados enganadores. O que por sua vez explicaria por que motivo alguns países europeus registam números de doentes muito mais elevados ou inferiores que outros.
Conforme explica a Galileu, na Alemanha, por exemplo, foi detetada um índice de 15,6% das infecções; já em Itália e Espanha, 3,5% e 1,7%, respetivamente. As taxas de detecção são ainda menores nos Estados Unidos (1,6%) e no Reino Unido (1,2%), países que foram alvos de duras críticas devido à sua resposta tardia à propagação do Sars-coV-2. Em contrapartida, a Coreia do Sul diagnosticou 50% dos seus casos de Covid-19.
Entretanto os investigadores envolvidos no estudo estimam que, a 31 de março, a Alemanha já registava 460 mil infecções. Adicionalmente, que nessa mesma data os Estados Unidos já tinham mais de 10 milhões de doentes, Espanha mais de cinco milhões, a Itália cerca de três milhões e o Reino Unido à volta de dois milhões.
Entretanto os dados divulgados na segunda-feira, dia 6 de abril, remetiam para um valor de 1,3 milhão de casos confirmados e 74 mil mortes no mundo pela doença. ”Tais diferenças extremas na quantidade e qualidade dos testes realizados significa que os registos oficiais de casos são pouco informativos", alerta o autor do estudo Sebastian Vollmer.