"Destruição total". Covid-19 deve ser combatida do mesmo modo que cancro

Kevan Shokat, farmacologista na Universidade da California, em São Francisco, nos Estados Unidos, sublinha a importância de realizar estudos que se foquem em encontrar fármacos que ataquem as células infetadas, ao invés do novo coronavírus em si.

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Liliana Lopes Monteiro
16/04/2020 14:08 ‧ 16/04/2020 por Liliana Lopes Monteiro

Lifestyle

Covid-19

À medida que a pandemia do novo coronavírus, causador da doença da Covid-19, avança e somam-se milhões de casos em todo o mundo, os cientistas estão a viver desesperadamente numa corrida contra o tempo na tentativa de encontrarem uma cura que trave o vírus. 

Desde o uso de medicamentos existentes usados originalmente para tratar a malária ao desenvolvimento de novas vacinas, várias opções estão neste momento a ser investigadas por equipas de cientistas de vários países.  

E agora, um desses cientistas afirma que o novo coronavírus poderá ter que ser 'tratado como o cancro', dando primazia à destruição das células infetadas

Kevan Shokat, farmacologista na Universidade da California, em São Francisco, nos Estados Unidos, defende a condução de pesquisas relativas à Covid-19 que se foquem em encontrar medicamentos que ataquem as células hospedeiras, ao invés do vírus em si. 

A propagação de qualquer vírus depende da invasão de células que se tornam hospedeiras, enganando assim as restantes células do corpo a copiarem os seus genomas virais e tornando-as por sua vez em proteínas virais. 

O especialista sugere que obliterar seletivamente estas células hospedeiras pode ser uma tática muito mais efetiva para combater o vírus.  

Em declarações à publicação The Atlantic, Shokat disse: "acho que devemos focar-nos num tratamento semelhante ao que é realizado contra o cancro e que consiste na destruição total de determinadas células". 

Contudo, a verdade é que optar por esta estratégia não é simples. Segundo o farmacologista, desenvolver uma droga capaz de distinguir entre células saudáveis e aquelas que ainda não foram invadidas pelo vírus trata-se de um trabalho extremamente complexo. 

 

 

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