Conseguir distinguir se a Covid-19 - a doença provocada pelo novo coronavírus - foi a causa ou um dos elementos que levaram ao óbito de um indivíduo em específico é essencial, alerta uma pesquisa, publicada no periódico científico American Journal of Clinical Pathology, realizada por médicos legistas nos estados de Cleveland e de Oklahoma, nos EUA.
Para efeitos da investigação, os médicos examinaram os cadáveres de dois doentes que morreram após serem diagnosticados com Covid-19.
Os profissionais indicaram que um dos indivíduos havia morrido devido a complicações provocadas pelo novo coronavírus, enquanto que o outro havia falecido vítima de uma doença hepática crónica.
Por outras palavras, no caso do primeiro paciente este padecia de outros problemas de saúde, porém nenhum deles causaria morte súbita, e como tal os clínicos concluíram que a Covid-19 foi o principal fator. Entretanto, o segundo indivíduo estava infetado com o Sars-coV-2, mas ainda assim condições de saúde prévias e crónicas revelaram ser mais protuberantes e causaram o óbito.
Sanjay Mukhopadhyay, diretor da Clínica Cleveland de Patologia Pulmonar, afirmou em entrevista ao site Idea Stream que este estudo vai "complicar a questão de até que ponto a Covid-19 está a matar as pessoas".
"É possível que se trate de uma percentagem relativamente diminuta de indivíduos. A maioria das pessoas infetadas com o Sars-coV-2 morrerá provavelmente devido à Covid-19, no entanto uma percentagem mais pequena como essa pode sim influenciar a veracidade dos números".