Existem até ao momento mais de 2,4 milhões de casos de coronavírus no mundo inteiro, e um novo estudo sugere que a estirpe que está atualmente a assolar a Europa é significativamente mais mortal, comparativamente à que está a proliferar nos Estados Unidos.
Uma equipa de investigadores da Universidade de Zhejiang acredita que o Sars-coV-2 já passou por pelo menos 30 mutações.
Sendo que as estirpes do vírus encontradas tanto na China como na Europa foram identificadas como sendo as mais perigosas e fatais, segundo informações divulgadas no jornal South China Morning Post.
No estudo, os investigadores analisaram as cepas virais de 11 doentes com Covid-19, testando a eficácia relativamente ao seu poder de infeção e de matar células humanas.
Os resultados revelaram que algumas das mutações mais mortais foram detetadas precisamente em Zhejiang, em Espanha, Itália e na cidade de Nova Iorque (nos Estados Unidos).
Adicionalmente, estas estirpes foram igualmente identificadas como sendo responsáveis por criarem até 270 vezes uma carga viral mais elevada, comparativamente a cepas mais brandas.
Entretanto, as variantes mais ligeiras do novo coronavírus estão sobretudo presentes na maioria do território dos EUA, incluindo no estado de Washington.
Na pesquisa, publicada no site académico medRxiv, os cientistas, escreveram: "estes achados sugerem que as mutações observadas, e possivelmente os isolados virais colectados em vários pontos do mundo, podem impactar significativamente na patogenicidade do Sars-coV-2".
"19 das 31 mutações identificadas são novas, indicando a ampla diversidade das estirpes virais que ainda são altamente subestimadas", acrescentaram.
Tendo como base os dados apurados, os investigadores concluíram que apesar da formulação de uma vacina para combater o novo coronavírus possa ajudar alguns pacientes, poderá não ser eficaz para todos.
"Tal como a gripe, o desenvolvimento de um medicamento ou de uma vacina, enquanto que urgentes, têm de ter em conta esta acumulação de mutações", concluíram.