Desde tosse seca persistente a febre alta, o novo coronavírus está associado a inúmeros sintomas extremamente desagradáveis.
E agora uma equipa de investigadores, da Fundação Mondino, em Itália, alerta que alguns pacientes estão a desenvolver a Síndrome de Guillain-Barré, decorrente da Covid-19.
A síndrome trata-se de uma condição rara e altamente séria que afeta os nervos, e pode causar dormência, fraqueza, dor nos pés, mãos e membros.
No estudo, os investigadores analisaram pacientes com Covid-19 provenientes de três hospitais diferentes em Itália, entre 28 de fevereiro e 21 de março.
Durante esse período, os cientistas descobriram que 5% dos doentes tinham desenvolvido a Síndrome de Guillain-Barré, tendo ficado temporariamente paralisados.
Os sintomas identificados em quatro pacientes incluíam fraqueza lombar e parestesia (uma sensação de picada na pele), enquanto que outro paciente ficou com a face paralisada e com a fala arrastada.
No estudo, publicado no periódico científico New England Journal of Medicine, os investigadores, liderados pelo médico Gianpaolo Toscano, explicaram: "o intervalo entre o aparecimento dos sintomas da Covid-19 e os primeiros sintomas da Síndrome de Guillain-Barré variou entre cinco a dez dias".
A dita condição é causada por problemas no funcionamento do sistema imunitário, e muitas vezes ocorre após uma infeção.
"Normalmente o sistema imunitário ataca qualquer germe que invade o corpo. Porém, em indivíduos com Guillain-Barré algo corre mal e o corpo acaba por atacar por engano os nervos", escreveram os investigadores.
E concluíram: "ainda não está claro o motivo por que acontece, mas a condição tende a ocorrer após a incidência de infeções, sobretudo aquelas que afetam as vias respiratórias, tais como a gripe, ou infeções do sistema digestivo, como por exemplo intoxicação alimentar ou gastroentrite".