Conforme foi divulgado pela revista Galileu, uma equipa de investigadores do Centro Alemão de Primatas apurou que a sequência de ativação da proteína spike do novo coronavírus resulta da protease furina.
A descoberta foi publicada na revista Molecular Cell, sendo fundamental para entender a forma como o SARS-CoV-2 infeta as células dos pulmões e para a formulação de possíveis vacinas e medicamentos.
No momento da infeção a proteína que provoca o coronavírus age como uma via de entrada para as células humanas, facilitando a ligação entre o organismo e a membrana celular. Segundo a Galileu, para que o processo decorra, a proteína tem de ser 'ativada' pela furina no local onde ocorre a divisão das células, denominado de S1/S2. E que por sua vez, possui em si mesmo uma sequência de ativação.
"Os dados apurados indicam que a inibição da furina deve impedir a disseminação do SARS-CoV-2 nos pulmões", disse o investigador Stefan Pöhlmann, num comunicado.
"Adicionalmente, o estudo revela que o vírus utiliza um método de ativação em duas etapas: nas células infetadas, a proteína spike deverá ser dividida pela furina, para que vírus recém-formados possam usar a protease TMPRSS2, e então realizar a divisão adicional da proteína spike, que é importante para a entrada nas células pulmonares", acrescentou.
A Galileu salienta que os cientistas acreditam que uma vacina só poderá suscitar uma resposta imunológica robusta, se se conseguir copiar no organismo apenas numa área limitada - exemplificando somente na zona onde é dada a injeção. Os investigadores creem ainda que a sequência S1/S2 que permite o funcionamento da furina seja o ponto de partida ideal para o desenvolvimento de fármacos contra a Covid-19.