"Ao longo dos últimos meses, perante a urgência da situação, tal como muitos outros grupos de investigação e empresas em todo o mundo, temos dedicado todos os nossos esforços a tentar ajudar no combate a esta pandemia. Tirando partido de mais de 15 anos de experiência em projetos de investigação com células estaminais, em colaboração com hospitais e centros de I&D em Portugal, e da nossa equipa de técnicos e investigadores altamente qualificados, criamos uma equipa de trabalho que tem vindo a desenvolver este projeto com uma dedicação e esforço notáveis", afirma André Gomes diretor geral da Crioestaminal, num comunicado enviado às redações.
O laboratório terminou a primeira etapa de formulação de um fármaco experimental concebido a partir de células estaminais mesenquimais (MSCs). O medicamento é composto por porções de 100 milhões de MSCs do tecido do cordão umbilical.
No final da primeira fase que ocorreu no passado dia 1 de maio, foi produzida a primeira dose.
De salientar que o uso deste tipo de células para tratar pneumonias severas resultantes da Covid-19 está também a ser testado em outros países europeus, nos Estados Unidos e na China. Sendo que atualmente estão em andamento 20 ensaios clínicos que pretendem discernir a eficácia do tratamento.
Pesquisas já conduzidas nos Estados Unidos e na China apuraram que as propriedades imunomoduladoras das MSCs mostraram ser capazes de reverter significativamente sintomas de pneumonia em doentes com Covid-19, considerados em estado crítico.
Médicos e investigadores notaram que a função pulmonar e os sintomas dos pacientes registaram uma melhoria acentuada após lhes terem sido administradas as MSCs. O tratamento com as células estaminais mesenquimais bloqueou eficazmente a hiperativação do sistema imunitário e contribuiu para a reparação celular endógena, aliviando os efeitos da patologia nos pulmões e acelerando dessa forma o processo de recuperação dos doentes com Covid-19.