Investigadores da prestigiada Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, creem que o efeito positivo da bebida na saúde mental pode ocorrer devido à sua capacidade de bloquear recetores no cérebro associados a um químico responsável por causar fadiga e humor depressivo.
Segundo os académicos, as propriedades anti-inflamatórias e habilidade do café de atuar como um antioxidante também ajudam a estimular a mente.
A nova meta-análise avaliou os dados recolhidos em mais de 100 estudos realizados anteriormente, que por sua vez incluíram a observação de cerca de 300 mil pessoas durante mais de cinco anos.
O estudo foi divulgado perante os súbitos efeitos 'colaterais' da epidemia da Covid-19. Atualmente cada vez mais médicos alertam que as restrições impostas aos indivíduos - quarentena, isolamento e distanciamento social - estão a ter um impacto significativo na saúde mental.
De acordo com os investigadores dois terços dos indivíduos com menos de 70 anos sentem-se permanentemente aborrecidos, stressados, ansiosos, preocupados com a saúde dos seus familiares e incomodados por não poderem fazer planos a longo prazo. Já pessoas com mais de 70 anos encontram-se sobretudo preocupadas com o trabalho, meios de subsistência e saúde dos seus familiares mais novos.
O professor e médico Alan Leviton, que conduziu o estudo, disse: "evidências científicas revelam que quem bebe café apresenta uma menor probabilidade de depressão, comparativamente a quem não consome a bebida. A bebida diminui a probabilidade de depressão até um terço".
"O impacto positivo do café na saúde mental parece estar correlacionado com as suas propriedades anti-inflamatórias, anti-oxidativas e de microbiota, que também estão patentes nos indivíduos que bebem café regularmente, já que apresentam um menor risco de desenvolverem determinados tipos de cancro e doenças crónicas", concluiu Leviton.