No mundo inteiro, mais de 4,2 milhões de pessoas já foram infetadas com o novo coronavírus, entre as quais 300 mil morreram.
E segundo a BBC News, para a OMS permanece a incerteza relativamente a quando o contágio pode cessar e o facto de que o vírus pode como outros jamais desaparecer das nossas vidas.
"O coronavírus pode tornar-se outro vírus endémico nas nossas comunidades e jamais desaparecer", afirmou Michael Ryan, diretor-executivo da Organização Mundial de Saúde (OMS).
"É importante que sejamos realistas e não me parece que alguém possa prever quando a doença irá desaparecer", salientou Ryan.
O que é um vírus endémico?
A agência governamental norte-americana Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) define este tipo de vírus da seguinte forma: "refere-se à presença constante e/ou prevalência habitual de uma doença ou agente infeccioso numa população de uma área geográfica".
"Hiperendémico" é outra palavra que também é usada pelo CDC, e que remete para índices elevados e constantes da incidência de uma patologia.
Segundo Rosalind Eggo, especialista em doenças infecciosas da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, para a BBC: "a infecção endémica está presente Numa área permanentemente, durante o ano inteiro, o tempo todo, ano após ano".
VIH, varicela e malária: os vírus que jamais nos deixaram
É importante entender que um vírus endémico não significa viver num estado de 'eterna pandemia'.
Ou seja, conforme explicou Ryan, sendo verdade que o novo coronavírus se pode tornar num vírus endémico, ao mesmo tempo poderão ser encontrados tratamentos e fármacos que o controlem.
"O VIH [um vírus identificado há mais de quatro décadas] não desapareceu, mas encontramos uma maneira de conviver com o vírus. Encontramos tratamentos e métodos de prevenção. As pessoas não se sentem assustadas como no início e podemos garantir a vida de quem vive com o vírus", exemplificou.
Ainda mais marcante é o caso de um outra doença que existe há séculos e que é provocada por um vírus endémico: a varicela. Entretanto, a malária é outra patologia do foro endémico há décadas e para a qual ainda não há uma vacina completamente eficaz.