Medicamentos conhecidos inibem enzima que permite multiplicação do vírus

Ambas as drogas anti-inflamatórias comummente usadas em seres humanos e animais foram bem sucedidas em experiências realizadas em laboratório, cujo intuito era impedir a multiplicação do novo coronavírus SARS-CoV-2.

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Liliana Lopes Monteiro
28/05/2020 08:54 ‧ 28/05/2020 por Liliana Lopes Monteiro

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Descoberta

Uma equipa de cientistas da Universidade Rovora i Virgili, em Espanha, detetou sinais de que os fármacos anti-inflamatórios Carporeno e Celecobix bloqueiam uma enzima chave na disseminação do novo coronavírus, conforme avança a revista Galileu. 

Os investigadores divulgaram a descoberta num artigo publicado nesta quarta-feira, dia 27 de maio, no periódico International Journal of Molecular Sciences.

O estudo

Através do uso de inteligência artificial os cientistas investigaram 6.466 medicamentos autorizados por agências de saúde de todo o mundo, tanto indicados para tratamento em humanos como em animais.

A Galileu explica que o intuito era identificar possíveis inibidores da enzima M-pro, responsável pela produção de proteínas fundamentais para a replicação do SARS-CoV-2. 

Os cientistas apuraram que sete das cerca de 6.500 drogas analisadas tinham a capacidade de bloquear a M-pro. Sendo que dois dos sete medicamentos foram selecionados para serem submetidos a testes in vitro e, consequentemente, os investigadores fizeram a descoberta inesperada e inédita. 

Segundo um comunicado partilhado com a comunicação social, os cientistas espanhóis afirmam que os testes revelam que apenas uma concentração de 50 micrómetros - por outras palavras, um micrómetro é equivalente à milésima parte de um milímetro - de Celecoxib ou Carprofen consegue refrear a ação da M-pro em 11,9% e 3,97%, respetivamente.

Os cientistas estão esperançosos que a descoberta permita a criação de novos métodos e tratamentos contra a Covid-19.

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