Conforme avança a revista Galileu, uma equipa de investigadores da Universidade Uppsala, na Suécia, criou um novo teste capaz de medir os índices de hidroxicloroquina em indivíduos com lúpus eritematoso sistémico (LES) - uma patologia autoimune para a qual a toma do fármaco é indicado.
De acordo com o novo estudo, publicado na revista Arthritis Research and Therapy, a fórmula de análise poderá por sua vez ser de grande utilidade na condução de pesquisas centradas no uso do medicamento para tratar a Covid-19.
A hidroxicloroquina e a cloroquina têm vindo a ser testadas em todo o mundo com o intuito de tratar doentes infetados com o novo coronavírus SARS-CoV-2, causador da Covid-19. Contudo, várias pesquisas apontam que os fármacos não combatem a doença e podem, aliás, por vezes matar.
De modo a analisar os riscos da hidroxicloroquina relativamente lúpus eritematoso sistémico, os cientistas compararam os níveis do fármaco em partes isoladas, ou seja em plasma e soro, na corrente sanguínea de pessoas com a doença.
Segundo a Galileu, os investigadores apuraram que a mesma dose de hidroxicloroquina pode ser metabolizada de forma distinta dependendo do indivíduo.
"Trata-se de um resultado impressionante, e uma visão muito importante, é que os níveis [da droga] no sangue de pacientes prescritos com a mesma dose podem diferir em até 15 vezes entre eles", revela Kim Kultima, um dos autores do estudo, num comunicado emitido à imprensa.
"Tal aponta para uma enorme variação individual na maneira como o medicamento é metabolizado".
Tendo em conta as descobertas dos investigadores suecos, qualquer possível risco da toma de da droga hidroxicloroquina pode ser atenuado ao ajustar a porção dada a cada doente (o que não se aplica à Covid-19).
"Temos de ser extremamente cautelosos ao tirar conclusões precipitadas sobre se a hidroxicloroquina é eficaz contra a Covid-19", salienta Kultima.
"O que sabemos atualmente é que este método de análise esperançosamente levará à descoberta de mais dados para administrar dosagens corretas aos pacientes com LES que tomam o medicamento".