Esta é uma das principais conclusões apresentadas esta terça-feira pela equipa do Hospital de São João de Deus de Esplugues de Llobregat, que estudou 411 famílias com filhos, em que um dos pais estava contagiado.
O trabalho permitiu concluir que cerca de 17,5% das crianças e 18,9% dos adultos que coabitavam se infetaram.
No entanto, nas 127 crianças infetadas, num total de 724 estudadas, nenhuma apresentou qualquer sintoma, a outra metade desenvolveu um quadro clínico muito leve, com uma pequena tosse ou febre autocontrolada, e apenas um necessitou de hospitalização, o que significa que em mais de 99% dos casos as crianças apresentavam sintomas ligeiros.
Enquanto espera mais resultados que permitam saber por que as crianças parecem estar mais protegidas face ao vírus, a equipa científica desenhou um segundo estudo que levará a cabo este verão em casas e acampamentos de Barcelona para comprovar como as crianças transmitem o vírus, com vista ao regresso à escola em setembro.
"No hospital estamos conscientes de que existe uma necessidade científica e social de conhecer dados, ou seja, que todas aquelas decisões que tomamos nesta época em que temos de conviver com a covid-19 são baseadas em dados e podemos tomar decisões da forma mais adequada", explicou o chefe da Pediatria, Juanjo Garcia, ao justificar por que apresentaram estes dados preliminares.
Este estudo, que foi realizado nas casas das famílias, coincide com os dados do mesmo hospital, onde desde que começou a pandemia só foram hospitalizadas 34 crianças, seis das quais na Unidade de Cuidados Intensivos, e se registou a morte de uma crianças com outras patologias graves.
Além de comprovar se as crianças se contagiam da mesma forma que os adultos, uma das perguntas que se colocava no estudo era se também transmitiam o vírus da mesma forma.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 404.000 mortos e infetou mais de sete milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo o balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.485 pessoas das 34.885 confirmadas como infetadas, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.