Cientistas apontam que o risco de animais de estimação transmitirem a Covid-19 aos humanos é considerado 'médio'.
Contudo, esse risco é 'elevado' para quem sofre de doenças prévias ou tem o sistema imunitário debilitado.
Ainda assim, e conforme avança o jornal britânico The Sun, os dados científicos existentes até ao momento ainda são escassos o que resulta "num nível alto de incerteza".
De facto, o risco inverso é muito mais elevado, ou seja, dos seres humanos transmitirem o vírus para os seus animais de estimação, explica um relatório emitido pelo Scientific Advisory Group for Emergencies (SAGE), o organismo governamental de recomendações científicas, no Reino Unido.
"Até dispormos de mais informações acerca do risco de infeção provocado por um animal de companhia estar em contacto com um indivíduo infetado com o coronavírus SARS-CoV-2, consideramos a possibilidade de transmissão de ser no máximo média, com um elevado grau de incerteza", diz o documento.
"Há uma forte probabilidade do animal poder agir como um fómite durante curtos períodos de tempo, alojando e transmitido o coronavírus no seu pelo, o que por sua vez pode propagar o vírus para outros membros naquela casa ou para pessoas próximas da família".
"Como tal, consideramos o risco de exposição de ser no máximo, médio", acrescenta o relatório do SAGE.
"No entanto, esta probabilidade é superada pela presença de pessoas infetadas no agregado familiar".
Os especialistas acrescentam: "cães e gatos são igualmente suscetíveis à fixação do vírus nas suas células hospedeiras, devido à semelhança estrutural da proteína recetora, ACE2, à proteína humana recetora".
Avaliação do risco
O SAGE realizou uma avaliação qualitativa de risco após dois cães terem sido infetados com o SARS-CoV-2, causador da doença da Covid-19, em Hong Kong.
Um dos cães pertencia à raça conhecida como Lulu da Pomerânia e o outro era um Pastor Alemão cujos donos haviam contraído o novo cornavírus.
Os cães foram testados em várias ocasiões e amostras nasais recolhidas pelos cientistas testaram positivo para o vírus, após a realização de vários testes com o intuito de validar os resultados.
Quando finalmente os animais testaram negativo duas vezes consecutivas, foram libertados do período de quarentena.
Entretanto, um gato na Bélgica também testou positivo para o vírus após o seu tutor ter adoecido de Covid-19.
O gato sofreu de diarreia, experienciou problemas respiratórios e vómitos, previamente ao coronavírus ter sido detetado em amostras fecais.
Incerteza
"Os animais de estimação tendem a ter um contacto extremamente próximo com os seus donos o que pode gerar uma troca de fluidos respiratórios; e como tal, podem ficar expostos ao coronavírus SARS-CoV-2", sublinha o SAGE.
"No entanto, a exposição pode não causar infeção nos animais e a verdade é que até ao momento o vírus parece ser predominantemente transmitido de humano para humano".
"Até estarem disponíveis mais dados farmacológicos, apelamos para que os donos de animais de estimação tenham em mente um nível preventivo de risco", conclui o relatório do SAGE.