Ao contrário do que se pensa, o botox não é usado apenas para 'reverter' sinais de envelhecimento. Esta injeção, que tem origem numa toxina bacteriana, é bastante útil para tratar enxaquecas, espasmos musculares, transpiração excessiva e, de acordo com um novo estudo - publicado esta quinta-feira na Scientific Reports -, tem também o potencial de ajudar a tratar a depressão.
"Durante anos, os médicos observaram que o botox injetado por razões cosméticas parece aliviar a depressão dos seus pacientes", disse o principal autor Ruben Abagyan, num comunicado de imprensa citado pelo New York Post.
Anteriormente, acreditava-se que isso se devia a um efeito secundário psicológico, porque se reduziu a aparência de tristeza, mas a equipa de investigadores descobriu que o botox diminuía a depressão mesmo quando não era utilizado no rosto.
Para chegar a esta conclusão, os investigadores extraíram mais de 13 milhões de relatórios do banco de dados do Food and Drug Administration’s Adverse Effect Reporting System para localizar quase 40 mil relatórios referentes ao tratamento com botox.
"Esta descoberta é empolgante porque apoia um novo tratamento que afeta o humor e combate a depressão, uma das doenças mentais mais comuns e perigosas - e é baseado numa recolha muito grande de dados estatísticos, em vez de observações em escala limitada", disse o co-autor do estudo, Tigran Makunts.
Mais pesquisas são necessárias para confirmar por que razão o botox funciona como antidepressivo, mas atualmente os investigadores levantam a hipótese de que a injeção interage com regiões determinantes do humor do sistema nervoso central ou que trata condições crónicas que estavam a contribuir para a depressão.