No início da pandemia, acreditava-se que os portadores assintomáticos poderiam estar a alimentar a disseminação furtiva. Mais tarde, a Organização Mundial de Saúde afirmou que o contágio por pessoas sem sintomas parecia ser "muito raro". Agora, um estudo sul-coreano diz que os infetados assintomáticos podem carregar tanto vírus quanto aquelas com sintomas. Ainda que não tenha conseguido determinar o papel dos assintomáticos na transmissão, o estudo lança umas luzes sobre a temática.
Segundo a BBC, no início de março, a Coreia do Sul foi capaz de identificar e isolar casos assintomáticos por meio de testes em massa. As pessoas com um teste positivo para a Covid foram monitorizadas num centro de tratamento comunitário, permitindo que os cientistas observassem que quantidade do vírus era detectável no nariz e na garganta. Os testes foram feitos regularmente, até que os pacientes dessem negativo.
Os resultados de 1.886 testes sugerem que pessoas sem sintomas no momento do teste, incluindo aquelas que nunca chegam a desenvolver sintomas, têm a mesma quantidade de material viral no nariz e na garganta que as pessoas com sintomas. O estudo também mostrou que o vírus pode permanecer em pessoas assintomáticas por períodos significativos de tempo - o tempo médio desde o diagnóstico ao teste negativo foi de 17 dias em pacientes assintomáticos e 19,5 dias em pacientes sintomáticos.
Este estudo dá-nos mais informações sobre os casos assintomáticos, ainda que não tenha conseguido determinar o seu papel na transmissão. Em teoria, ter a mesma quantidade de vírus no nariz e na garganta significa que tem a mesma quantidade para transmitir. Por outro lado, as pessoas sem sintomas têm menos probabilidade de ter uma tosse seca, que coloca gotículas infetadas no ar.