O alerta emitido pelo ministro da saúde francês Olivier Véran no início da pandemia gerou o pânico global relativamente à toma do popular analgésico, aliás vendido sem necessidade de prescrição médica.
Todavia, uma equipa de investigadores da Universidade de Aberdeen, no Reino Unido, assegura que essas preocupações não são sustentadas por evidências científicas, avança um artigo publicado no jornal The Sun.
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Os investigadores avaliaram a evolução de 1,222 pacientes admitidos em hospitais britânicos no pico da pandemia.
Entre esses, foram prescritos regularmente medicamentos não-esteróides, tais como ibuprofeno, naproxeno e diclofenac.
De acordo com os académicos, a taxa de mortalidade dos doentes que tomaram aquelas drogas farmacológicas foi semelhante à dos que não as ingeriram.
Sendo que os cientistas afirmam inclusive que assistiram a um decréscimo marginal da mortandade, apesar da amostra analisada ser demasiado diminuta para poderem afirmá-lo com absoluta certeza.
Eilidh Bruce, professora e líder do estudo disse: "os dados apurados mostram que não se registou um efeito significativamente negativo relativamente à toma rotineira de anti- inflamatórios não esteróides (AINE), podemos dizer sem duvidas que a sua toma não aumenta risco de morte por Covid-19".
"De facto, registaram-se benefícios modestos na toma de AINE e o seu impacto na mortalidade. Contudo, a nossa amostra é demasiado pequena para podermos retirar conclusões precisas neste ponto".
"São necessárias mais pesquisas que explorem esta possível correlação e a criação subsequente de um guia de saúde pública", afirmou Bruce.
Acrescentando: "os AINE são um dos tipos de medicação para a dor mais prescritos em todo o mundo, tanto para o tratamento de dor aguda como para condições crónicas, tais como doenças reumáticas e osteoartrite".
"Tendo como base os nossos resultados, pacientes e médicos não devem associar o uso rotineiro de AINE com o aumento da mortandade por Covid-19, e como tal recomendamos que os doentes continuem a respeitar a toma do seu regime usual de medicação", concluiu Eilidh Bruce.
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