Pelo menos 800 pessoas podem ter morrido por causa da desinformação relacionada com o novo coronavírus divulgada nos primeiros três meses deste ano. Estes são os resultados de um estudo publicado no American Journal of Tropical Medicine and Hygiene, que estima, também, que cerca de 5.800 pessoas foram internadas em hospitais como resultado dessas informações falsas publicadas nas redes sociais. A pesquisa contou com especialistas de diversos países e instituições de ensino.
Segundo a BBC, muitos morreram por beberem metanol ou produtos de limpeza à base de álcool por acreditarem ser uma cura para o vírus. Outras vítimas seguiram conselhos como comer grandes quantidades de alho ou ingerir muitas vitaminas como forma de prevenir infeções, dizem os autores do estudo. Há ainda aqueles que beberam substâncias como urina de vaca.
Todas essas ações tiveram "implicações potencialmente sérias" na sua saúde, dizem os investigadores, citados pelo jornal britânico.
Para o estudo, os cientistas consideraram três tipos de desinformação: rumores, estigmas/preconceitos e teorias da conspiração. Ao todo foram analisadas 2.311 publicações feitas nas redes sociais entre 31 de dezembro e 5 de abril de 2020, contemplando publicações em 25 línguas de pelo menos 87 países. Destas, quase 80% eram falsas e uma delas, em particular, foi responsável pela morte de pelo menos 800 pessoas - a já falada ingestão de produtos à base de álcool.
O artigo conclui que cabe às agências internacionais, governos e plataformas de redes sociais controlar estas 'fake news'.