Gestantes doentes com Covid-19 têm ainda maior risco de sofrerem um parto prematuro e de serem internadas numa unidade de cuidados intensivos, comparativamente a mulheres grávidas da mesma idade, indica um estudo realizado por cientistas europeus e chineses divulgado no BMJ, e reportado num artigo publicado na revista Galileu.
Os investigadores levaram a cabo uma meta-análise, focando-se em 77 artigos que descreviam índices, situação clínica - nomeadamente sintomas, resultados laboratoriais e radiológicos -, fatores de risco e resultados para 11.432 grávidas, puérperas (mães recentes) e mulheres não grávidas infetadas com o SARS-CoV-2 ou sob suspeita de estarem infetadas.
Comparativamente a mulheres que não estavam grávidas em idade reprodutiva, mães recentes e gestantes com Covid-19 estavam menos predispostas a experienciar sintomas, contudo apresentavam uma possibilidade mais elevada de requererem internamento nos cuidados intensivos e de uso de ventiladores que as auxiliassem a respirar.
Adicionalmente, e segundo a Galileu, os investigadores concluíram que os fatores de risco ligados a casos severos da Covid-19 em gestantes e mães recentes aumentam com o avançar da idade. Sendo esses fatores sobretudo: índice de massa corporal, hipertensão crónica e diabetes.
Mais ainda, os investigadores detetaram que as chances de parto prematuro eram significativamente mais altas em grávidas infetadas com o vírus, relativamente àquelas que haviam testado positivo.
De acordo com os académicos, um quarto dos bebés nascidos de mães com Covid-19 necessitaram de internamento numa unidade de cuidados intensivos neonatal. Valor superior em relação aos recém-nascidos de mulheres saudáveis.
Todavia, e numa nota mais positiva, as taxas de nados-mortos foram diminutas.