Mutação do coronavírus tornou-o ainda mais contagioso, alerta estudo

Investigadores da Universidade do Texas em Austin, nos Estados Unidos, analisaram mais de cinco mil pacientes com Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, de modo a entenderem como o vírus terá sofrido mutações nos últimos meses.

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Liliana Lopes Monteiro
02/11/2020 11:40 ‧ 02/11/2020 por Liliana Lopes Monteiro

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Pandemia

O novo coronavírus acumulou várias mutações genéticas -, sendo que uma em especial o tornou ainda mais contagioso, salienta uma pesquisa recente. 

Investigadores da Universidade do Texas em Austin, nos Estados Unidos, analisaram mais de cinco mil pacientes com Covid-19, de modo a entenderem como o vírus terá evoluído e sofrido alterações nos últimos meses.

Nomeadamente, os investigadores detetaram uma mutação específica, denomidada D614G, que parece tornar o vírus significativamente mais infectuoso

O médico e cientista Ilya Finkelstein, co-autor do estudo, disse ao jornal The Washington Post: "o vírus está em mutação como consequência de uma combinação de deriva neutra - o que significa simplesmente que está a ser afetado por mudanças genéticas aleatórias que não auxiliam ou prejudicam o vírus -, que coloca o nosso sistema imunitário sob intensa pressão". 

A análise dos investigadores revelou que durante a primeira vaga da pandemia, 71% dos doentes com Covid-19 apresentavam a mutação D614G. 

Todavia, durante o verão, constatou-se um aumento desta variante que atingiu os 99,9% de prevalência, segundo os investigadores da Universidade do Texas. 

Finkelstein acrescentou: "o vírus continua a sofrer mutações no seu âmago um pouco por todo o mundo. Esforços de vigilância em tempo real como o nosso estudo irão garantir que vacinas e terapêuticas globais estarão sempre um passo à frente". 

No total, os cientistas identificaram 285 mutações, apesar da maioria não parecer surtir um efeito significativo na severidade da doença. 

Contudo, os investigadores notam que cada nova infeção é um acréscimo, e mudança adicional relativamente ao desenvolvimento de mutações cada vez mais perigosas. 

Em declarações ao The Washington Post, James Musser, que liderou o estudo, afirmou: "já demos muitas chances a este vírus e temos que prosseguir o nosso trabalho de investigação com afinco e sem descanso para proteger a população de todo o planeta". 

 

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