As estatinas, uma classe de medicamentos comummente prescritos para diminuir os níveis de colesterol no sangue, vendidos em Portugal, podem ter um papel chave no tratamento da Covid-19, e respetiva redução de mortandade, destaca um artigo publicado na revista Galileu.
De acordo com um estudo, divulgado no European Heart Journal - Cardiovascular Pharmacotherapy, realizado pela Universitada de Rovira e Virgili (URV) e pelo Instituto Pere Virgili Institut (IISPV), em Espanha, os pacientes tratados com estatinas apresentam uma probabilidade até 25% menor de morrer vítimas do SARS-CoV-2.
Para efeitos desta pesquisa, os investigadores recolheram os dados médicos de de 2.159 pessoas infetadas com o novo coronavírus de 19 hospitais na Catalunha, entre março e maio deste ano.
Luís Masana, o líder deste trabalho científico, teve em conta 100 variáveis clínicas por doente, como por exemplo faixa etária, género, doenças pré-existentes, índices de colesterol, evolução do vírus, tratamentos administrados, entre outras informações.
Posteriormente, segundo a Galileu, os investigadores compararam as taxas de mortalidade de indivíduos que haviam tomado estatinas com os níveis de mortandade daqueles que não tomaram o fármaco. Nessa sequência, os especialistas determinaram que a percentagem de doentes que morreram no grupo que não havia recebido o ntratamento com estatinas correspondia a 25,4%, já os óbitos relativos aos indivíduos que tomaram o medicamento ficaram nos 19,8%, ou seja ocorreu uma diminuição de 22%.
"Os dados indicam que o tratamento com estatinas previne uma em cada cinco mortes", salientou Luís Masana.
Adicionalmente, se o tratamento com o fármaco se prolongar durante o internamento hospitalar, a taxa mortalidade decresce até 25%, evitando, por outras palavras, uma em cada quatro mortes.
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