Em análises realizadas em 22.714 voluntários 21 dias depois da inoculação da primeira dose da vacina ou de placebo (substância neutra), foram detetados 78 infetados, 62 entre os que receberam o placebo e 16 entre os que foram vacinados, refere um comunicado das instituições russas publicado na rede social Twitter.
Segundo o diretor do instituto Gamaleya, Alexandr Gintsburg, estes dados "permitem afirmar com certeza que a Sputnik V é altamente eficaz e totalmente segura para a saúde".
Os ensaios clínicos registaram ainda 20 casos graves entre aqueles que foram tratados com placebo e nenhum no grupo que foi vacinado.
"A eficácia da vacina contra os casos graves de infeção por coronavírus foi de 100%", adianta o comunicado.
Os únicos efeitos adversos detetados, num curto período, em alguns dos voluntários foram febre, fadiga, fraqueza e dor de cabeça.
De acordo com o comunicado, os dados sobre os ensaios clínicos serão disponibilizados em publicações científicas internacionais e o FIDR elaborará um relatório que servirá para solicitar o "registo acelerado" da vacina Sputnik V em diversos países.
O presidente do FIDR, Kiril Dmitriev, anunciou que a Argentina será o primeiro país onde será, este mês, solicitado o registo, já que a América Latina é uma das prioridades para aplicação da vacina russa.
"Em janeiro vamos solicitar um registo acelerado em todos os principais países", explicou à imprensa, apontando os casos da Índia, dos Emirados Árabes Unidos e outros países da Ásia, América Latina, Oriente Médio e África.
Além dos voluntários russos vacinados em 29 centros médicos, a terceira fase de ensaios clínicos também está em andamento na Venezuela, Bielorrússia e Emirados Árabes Unidos.
No final de novembro, o FIDR assegurou que a eficácia da vacina, 42 dias após a primeira dose, era superior a 95% e que custaria menos de dez dólares por dose.
A farmacêutica britânica AstraZeneca anunciou na sexta-feira que começará "em breve" a investigação da combinação de sua vacina contra a covid-19 com a Sputnik V para aumentar sua eficácia.
A pandemia de covid-19 provocou já pelo menos 1.612.297 mortos em mais de 72,1 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.