Covid-19: Estudo sem evidência de que creches sejam "foco de contágio"

A transmissão do SARS-CoV-2 entre crianças pequenas "é baixa", indica um ensaio publicado na revista The Lancet, que acrescenta que "não há evidência" de que as creches sejam um "foco de contágio" entre os pré-escolares.

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Lusa
09/02/2021 06:15 ‧ 09/02/2021 por Lusa

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Pandemia

A investigação, conduzida por uma equipa de médicos franceses, tem como propósito perceber de que modo e "em que medida" contribuem as crianças em creches para a transmissão do SARS-CoV-2.

Para este efeito, a investigação incluiu três grupos de crianças.

Foram alvo do estudo 327 crianças entre os cinco meses e os quatro anos, assim como os 190 funcionários das creches, e um grupo comparativo de 164 funcionários de unidades hospitalares sem contacto com crianças.

Os investigadores também tiveram acesso a "informação adicional" sobre os encarregados de educação para este estudo, que decorreu em Paris (região mais afetada pela pandemia em França), na Normandia e nos Alpes.

O resultado: as crianças em creches não costumam ser infetadas com o SARS-CoV-2 e não contraem a covid-19. Se acontecer, costumam ficar assintomáticos ou apresentam "sintomas ligeiros".

Por isso, "não há evidência" comprovada de que as crianças que estão nas creches em contacto com outras crianças representam um maior risco de contágio e estes locais não são um "foco de contágio", conclui a equipa de investigadores.

Informações incluídas neste relatório dão conta de que as crianças até aos 17 anos representam entre 1% e 8% do total de infetados no país confirmados em laboratórios, e entre 2% e 4% de todas as hospitalizações.

Durante as oito semanas em que decorrer a investigação, foram recolhidas amostras de sangue e feitos testes PCR a todos os participantes, dos quais apenas 3,7% das crianças ficaram infetadas, enquanto 6,8% dos trabalhadores das creches foram contagiados.

Os resultados já foram aclamados por várias organizações em França, nomeadamente a Associação Francesa de Pediatria, já que os resultados mostram que não haverá grande prejuízo para a evolução da pandemia manter as creches abertas e que isso poderá ser importantíssimo para o desenvolvimento das crianças.

Apesar disto, os responsáveis advertem que o estudo tem limitações, como, por exemplo, o desconhecimento na altura das variantes descobertas no Reino Unido, Brasil e África do Sul, o que pode alterar os resultados.

 

 

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