O acordo, que vai permitir à Johnson & Johnson utilizar "durante três meses" as instalações no território alemão do laboratório IDT Biologika para "engarrafamento e acondicionamento", vai "aumentar a fiabilidade das entregas" da vacina na União Europeia (UE), afirmou o ministro da Economia alemão, Peter Altmaier, em reação ao protocolo.
O grupo norte-americano Johnson & Johnson, através da subsidiária europeia Janssen Pharmaceutica NV, desenvolveu uma vacina contra a doença Covid-19 de uma toma única, que recebeu, na semana passada, a 'luz verde' das autoridades europeias competentes para começar a ser distribuída e utilizada no espaço comunitário.
É a quarta vacina contra a Covid-19 autorizada no espaço da UE.
Também na semana passada, a Alemanha tinha lamentado os atrasos previstos na entrega desta vacina, nomeadamente por causa da legislação norte-americana relativa às exportações.
Apesar da homologação desta vacina unidose, os países europeus ainda não conseguiram receber doses do fármaco.
Segundo Berlim, o circuito de produção da vacina estava a ser o principal obstáculo, uma vez que as vacinas fabricadas na Europa são enviadas para os Estados Unidos da América (EUA) para engarrafamento e embalagem.
Uma vez nos EUA, o produto final é abrangido pela legislação norte-americana, o que restringe as exportações de vacinas.
A realização deste procedimento final numa fábrica na Alemanha irá "aumentar a possibilidade de entregar esta vacina em qualquer parte do mundo", indicou a Johnson & Johnson, num comunicado enviado à agência France-Presse (AFP).
Na sexta-feira, o ministro da Saúde alemão, Jens Spahn, admitiu que as primeiras vacinas da Johnson & Johnson poderiam chegar à Alemanha no início de abril.
"Temos uma autorização europeia, mas sabemos que haverá entregas, no mínimo, em meados ou no final de abril (...). É importante que a UE, como signatária dos contratos com a Johnson & Johnson, conduza as discussões", disse então o ministro alemão.
Um dia antes, uma fonte da farmacêutica disse à Lusa que as primeiras doses desta vacina iam começar a chegar a Portugal na segunda metade de abril.
A mesma fonte confirmou que, no segundo trimestre, Portugal vai receber as primeiras 1,25 milhões de doses da vacina da companhia farmacêutica do grupo Johnson & Johnson, que fazem parte de um lote de 4,5 milhões que chegarão ao país ao longo deste ano.
Bruxelas aprovou um contrato de compra antecipada de 200 milhões de doses da vacina anti-Covid-19 unidose da Janssen, com uma opção de outras 200 milhões de doses adicionais.
Esta vacina é a primeira de dose única, ao contrário das restantes já autorizadas, e é compatível com os "processos 'standard' de armazenamento e distribuição", com a empresa a estimar que se mantenha estável por dois anos à temperatura de -20° graus e, no máximo, por três meses à temperatura de refrigeração entre 2° a 8° graus.
A alemã IDT Biologika torna-se o "10.º produtor" associado à Johnson & Johnson.
O laboratório alemão também começou a trabalhar, em fevereiro passado, com a AstraZeneca para produzir a vacina desenvolvida por esta farmacêutica anglo-sueca na Europa.