Ao combinarem simulações da dinâmica molecular da proteína da superfície do SARS-CoV-2 com análise bioinformática, os autores do trabalho identificaram novos pontos na superfície da proteína da espícula que são menos protegidos pelas cadeias de moléculas de açúcar (glicanos) que a revestem.
Os glicanos da proteína da espícula "atuam como um escudo dinâmico que ajuda o vírus a escapar ao sistema imunológico humano", refere em comunicado a editora da PLOS Computational Biology, revista científica de acesso aberto que publicou o estudo.
Segundo o investigador Mateusz Sikora, do Instituto Max Planck de Biofísica, na Alemanha, o modelo "pode apoiar" projetos de novas vacinas e tratamentos de anticorpos contra a covid-19, doença respiratória causada pelo SARS-CoV-2, numa altura em que surgem variantes "com mutações concentradas" sobretudo na proteína da espícula.
As vacinas em circulação contra a covid-19 têm como alvo principal a proteína da espícula, que permite ao novo coronavírus (tipo de vírus) entrar e replicar-se nas células humanas gerando a infeção.
Vacinas específicas contra as novas variantes do SARS-CoV-2, em particular a que teve origem na África do Sul, estão a ser testadas.
De acordo com os autores do estudo hoje divulgado, o modelo dinâmico criado poderá ser usado para identificar eventuais vulnerabilidades de outras proteínas virais.
O coronavírus SARS-CoV-2 foi detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China, e disseminou-se rapidamente pelo mundo, tornando a doença por ele causada, a covid-19, uma pandemia que já provocou mais de dois milhões de mortos e mais de cem milhões de infetados.
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