A nova pesquisa realizada por cientistas da Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos, e da Universidade Politécnica de Milão, em Itália, destaca que a destruição das florestas, dos ecossistemas e a expansão agrícola e pecuária descontrolada estão a contribuir para a criação de habitas propícios para o morcego-ferradura, espécie do género Rhinolophus. Sendo que este animal é portador de múltiplos coronavírus, nomeadamente de estirpes semelhantes aquelas que causam síndrome respiratória aguda grave (SARS) e a doença pandémica da Covid-19, reporta um artigo publicado na revista Galileu.
Para efeitos daquela pesquisa, os investigadores recorreram ao uso de sensoriamento remoto de forma a avaliar com precisão vastas zonas do mundo.
Consequentemente, os investigadores detetaram os chamados 'pontos quentes' onde os morcegos-ferradura podem viver junto a vírus transmissíveis de animais para seres humanos.
De acordo com os especialistas, a grande maioria destes locais são na China, além de partes do Japão, no norte das Filipinas, determinadas áreas da Indochina e na Tailândia.
Segundo a revista Galileu, os autores do estudo esperam com este trabalho contribuir para a formulação de intervenções ambientais que impeçam o mais possível a proliferação de doenças.
"Cada mudança formal no uso da terra deve ser avaliada não apenas pelos impactos ambientais e sociais sobre os recursos, como estoques de carbono, microclima e disponibilidade de água, mas também pelas possíveis reações em cadeia que podem impactar a saúde humana", diz Paolo D'Odorico, coautor do estudo, num comunicado emitido à imprensa.
A pesquisa foi publicada no dia 31 de maio, no jornal Nature Food.
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