Um estudo alemão, ainda não revisto por pares, descobriu que combinar as vacinas da AstraZeneca e da Pfizer pode desencadear uma resposta imunológica quase quatro vezes mais forte do que duas doses da mesma vacina. Segundo os investigadores, esta pode ser a chave para combater as variantes emergentes.
Para chegar a esta conclusão foi realizado um pequeno ensaio que contou com 26 pacientes relativamente jovens. Os investigadores descobriram que o nível de anticorpos neutralizantes que protegem contra as variantes detetadas no Reino Unido e na África do Sul foi 3,9 vezes maior naqueles que haviam sido vacinados com duas vacinas diferentes.
Danny Altmann, professor de imunologia do Imperial College London, disse que os resultados "não foram nem remotamente surpreendentes", já que, teoricamente, a mistura de vacinas deve eliminar as quebras na eficácia quando confrontadas com novas variantes.
Apesar dos resultados, existem algumas limitações. Embora pareça existir uma forte correlação entre o nível de anticorpos e o nível de proteção do mundo real, os investigadores envolvidos no estudo alertaram que mais dados são necessários para determinar o impacto na transmissão e na doença. “A diferença de quatro vezes que vemos é baseada no que medimos em laboratório, isso não se traduz necessariamente numa proteção quatro vezes maior no mundo real, e os números exatos provavelmente variam entre os estudos”, disse Rüdiger Groß, virologista do Centro Médico da Universidade de Ulm, no sul da Alemanha.
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