O objetivo desta prática é que todos tenham uma consciência muito ativa e consigam viver segundo ela, no momento presente. É a solução para quem procura começar a sentir-se bem, a estar ativo, atento e focado, determinado e a ganhar alguma agilidade na resolução de eventuais problemas que possam surgir. É viver a vida consciente do momento presente, dos sentimentos e sensações que nos rodeiam, é aproveitar bem os dias e perceber que é possível vivermos melhor.
O mindfulness na educação
Quer a nível empresarial, na saúde e na política – dadas as vantagens cientificamente comprovadas – a prática do mindfulness já começa a ser notória em alguns dos setores do nosso país. Mas… e na educação?
Na educação, as escolas e os colégios assumem um papel fundamental e impactante na formação dos adultos de amanhã. É na formação que se deve investir e criar boas práticas que permitam a criança conhecer-se de uma forma leve, criar boas emoções, saber o que é certo e lidar com o errado e gerir emoções menos positivas. Através de um mergulho interior, a criança começa a ganhar consciência de si, a saber relacionar-se consigo, mas também com o outro. Este saber ser reflete-se, inevitavelmente, na construção da relação com o outro – que constitui um dos aspetos fundamentais para o desenvolvimento e progresso da sociedade.
Joana Freitas© DR
Com o aumento da prática de bullying na educação, o aumento dos níveis de ansiedade e o stress a que as crianças e adolescentes estão expostos… e acreditando na importância, a nível pessoal e existencial, que estas entidades exercem no desenvolvimento da sua personalidade e consequentemente, como estrutura essencial para o desenvolvimento de um trabalho mais intelectual, penso que é sobre esta temática que todos devem ter em atenção.
Com a introdução do mindfulness a nível escolar, as crianças começam a dar conta do que acontece à sua volta: no seu corpo, nas suas emoções e nos seus pensamentos. Com isto, é possível verificar e comprovar inúmeras vantagens que permite a obtenção de melhores resultados a nível escolar e académico, não só ao nível da concentração e foco como, por exemplo:
- Ansiedade e stress diminuem e as crianças percebem, com muita consciência, o que esta acontecer ao seu redor, que querem ou não querem;
- Consegues identificar as suas próprias emoções e conseguem aprender a lidar com elas;
- Vivem momento a momento e são elas que escolhem como querem viver o dia a dia – mesmo tendo um acontecimento negativo, conseguem voltar ao ambiente que querem viver e sentir;
- Melhoram a memória e a concentração;
- Diminuem os impulsos e aumentam o autocontrolo;
- Desenvolvem habilidades naturais na resolução de conflitos, através da empatia e da compreensão dos demais;
- Desenvolvem valores como a generosidade sentida, o altruísmo forte, a compaixão por todos.
A nível escolar, estudos realizados em países da União Europeia que já adotam esta prática salientam que os professores expressam que o stress diminui, os atestados médicos também e têm uma sala mais produtiva, silenciosa e harmoniosa. Já a nível familiar, os pais expressam que a comunicação se torna mais fácil, possibilitando a criação de laços mais confiantes e fortes com as crianças – que ficam mais concentradas e motivadas, que estabelecem objetivos e começam a perceber alguns passos necessários para conseguirem atingir o que pretendem.
Vamos formar crianças e jovens mais felizes e seguros de si mesmos prontos para a vida adulta de uma forma mais plena e consciente?
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