Revista Nature opõe-se à administração de terceiras doses da vacina

A revista partilhou um artigo no qual defende que não há provas científicas que demonstrem os benefícios de um reforço vacinal em pessoas com ambas as doses administradas. "O foco em terceiras vacinas quando mais de metade do mundo tem falta de doses de vacina mostra falta de visão e só irá permitir que a pandemia dure mais tempo", pode ler-se.

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Mafalda Tello Silva
18/08/2021 16:01 ‧ 18/08/2021 por Mafalda Tello Silva

Lifestyle

Covid-19

A revista científica Nature reforçou, esta quarta-feira, os apelos que têm sido feitos contra a administração de uma terceira dose de reforço das vacinas contra a Covid-19.

De acordo com o artigo publicado, citado pelo The Guardian, a revista especializada em medicina  salienta que a eficácia da administração de uma nova dose em pessoas com o esquema vacinal completo ainda não foi cientificamente comprovada. 

"Num momento de escassez de vacinas, a escolha de administrar doses de reforço deve ser decidida por provas dos seus benefícios e tendo em conta o custo que estas terão no atraso da entrega de vacinas a pessoas vulneráveis e profissionais de saúde noutros países. Até agora, há escassas provas de que estas doses de reforço são necessárias para proteger as pessoas que já estão totalmente vacinadas", é argumentado. 

O artigo aponta também para o facto de, neste momento, os países com maior rendimento contarem, em média, com 58% das pessoas vacinadas contra a Covid-19 com pelo menos uma dose quando, nos países com menor rendimento, a média é de 1,3%.

"Infelizmente, muitos países estão a avançar com doses de reforços independentemente [da falta de dados científicos e da situação de países com menos capacidade económica]", pode ler-se. 

Ainda sobre a matéria, a revista lembra que Israel já começou a inocular pessoas com mais de 50 anos e com comorbilidades com uma terceira dose da vacina e que a França, Alemanha, Reino Unido e os Estados Unidos já estão a planear administrar também um reforço vacinal.

"Se não houvesse falta de vacinas, a administração de doses de reforço seria um tema menos controverso. Mas, o foco em terceiras vacinas quando mais de metade do mundo tem falta de doses de vacina mostra falta de visão e só irá permitir que a pandemia dure mais tempo. Para os países ricos, esta estratégia irá ainda levar com que entrem num ciclo constante de surgimento de novas variantes, enquanto para o resto do mundo há um prolongamento de sofrimento desnecessário", é concluído. 

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