Porque é que a proteção da Pfizer e AstraZeneca cai com passar dos meses

Investigadores estão a notar um enfraquecimento da proteção contra infeções pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, causador da Covid-19, em indivíduos que já tomaram as duas doses da vacina.

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Notícias ao Minuto
26/08/2021 07:38 ‧ 26/08/2021 por Notícias ao Minuto

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Coronavírus

Conforme explica um artigo publicado pela BBC News, uma pesquisa, feita no Reino Unido, analisou resultados positivos de testes PCR entre maio e julho de 2021 de mais de um milhão de pessoas que haviam recebido as duas doses da vacina da Pfizer ou AstraZeneca contra o novo coronavírus.

No decorrer do estudo, os investigadores detetaram que a proteção após a toma de duas doses da Pfizer enfraqueceu de 88% em um mês para 74% no espaço de cinco a seis meses. Entretanto, entre aqueles que haviam sido inoculados com a AstraZeneca, a descida foi de 77% para 67% em quatro a cinco meses. Sendo que de acordo com os especialistas, esta redução da proteção era previsível. 

Leia Também: Pfizer solicita autorização nos EUA para dose de reforço da sua vacina

Todavia, os investigadores salientam que apesar de ocorrerem casos de infeção em indivíduos totalmente imunizados, as vacinas estão a fazer um excelente trabalho na proteção da população contra a Covid grave e a atenuar a taxa de mortes devido à doença. 

Segundo a BBC, o Public Health England, agência de saúde pública do governo britânico, estima foram evitadas cerca de 84,6 mil mortes e 23 milhões de infeções pelo novo coronavírus devido à toma da vacina. 

O professor Tim Spector, da Universidade King's College London (KCL), líder do estudo que teve como base dados da aplicação de pesquisa epidemiológica Zoe Covid naquele país, diz que as descobertas podem explicar as infeções recentes reportadas por indivíduos totalmente inoculados.

"A diminuição da proteção é esperada e não é razão para não ser vacinado", partilha Spector.

"As vacinas ainda fornecem altos níveis de proteção para a maioria da população, especialmente contra a variante Delta, então ainda precisamos do maior número possível de pessoas para sermos totalmente imunizados".

O especialista argumenta que no inverno que se avizinha a proteção contra infeções poderá descer para 50% e que poderá ser necessária a toma de doses de reforço.

Espera-se que o Reino Unido comece a oferecer a algumas pessoas uma terceira dose de reforço da vacina contra o SARS-CoV-2 já em setembro, porém o governo ainda não tomou uma decisão oficial. 

"Muita gente pode não precisar. Muitas pessoas podem ter recebido um reforço natural porque já tiveram uma infeção natural por Covid, então, efetivamente, terão tomado três vacinas", conta Spector.

"Por isso, a questão tem de ser gerida com muito mais cautela do que somente dar [a terceira dose] à totalidade da população, o que seria um grande desperdício e eticamente duvidoso, dados os recursos que temos. Acho que precisamos de uma abordagem mais direcionada do que da última vez", concluiu.

Leia Também: Brasil avança com terceira dose da vacina para idosos para setembro

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